sábado, 25 de maio de 2024

Justiça 2

Assisti a série Justiça 2 (2024) de Manuela Dias na Globoplay. Eu amo essa série desde que vi a primeira. Acho urgente um produto que fale que no Brasil a justiça não é para todos, se é que existe e de impunidade. Eu gosto muito do formato dessa série. Os quatro primeiros episódios liberados contam a história de Balthazar, Jayme, Mylena e Geiza. Com um elenco inacreditável! A série passou só no streaming, só na Globoplay e superou em ibope todas as novelas em cartaz da TV Globo.

Um de cada episódio, os quatro são presos no mesmo dia e não se conhecem. No jornal os quatro casos. Eu adoro que quando estamos acompanhando uma trama, os outros personagens aparecem e ainda nem sabemos quem são. Pode ser na rua no outro lado, pedindo água, enfim, inteligente demais. Sete anos se passam, os quatro saem da cadeia.
 
A primeira história é do Balthazar, como sofre. Juan Paiva arrasa. Ele é motoboy de um tradicional restaurante do personagem do gigante Amir Haddad. O local vai muito mal, endividado, sem clientes. Balthazar ajuda muito o dono do espaço, é um grande parceiro. A namorada de Balthazar é a ótima Jéssica Marques. A série é baseada na Ceilândia, de vez em quando tem algumas cenas em Brasília.

O genro do dono do restaurante, o Nestor, é um verdadeiro monstro, demite todo mundo e dá um jeito de não pagara rescisão. Vai enrolando. Marco Ricca, em um dos grandes personagens de sua carreira. E Maria Padilha, que maravilhosa, e que personagem. Oprimida pelo marido, sofre um bocado. O restaurante é assaltado com encapuzados, Nestor não pensa duas vezes em culpar sem provas Balthazar, que é preso.

O segundo núcleo é do nojento Jayme. Murilo Benício está majestoso. Ele sustenta regiamente sua família encostada e abusa sexualmente, por dois anos, sua sobrinha quando ela menor de idade. Na série, Carolina, brilhantemente por Alice Wegmann, volta pra casa e o inferno se instala. A mãe é bem doente, da incrível Júlia Lemmertz, que personagem insuportável, como dá raiva dela. Pelo conforto, ela sempre fingiu não perceber o assédio do irmão na filha. A outra irmã é igualmente horrorosa, outra grande atriz, Rita Assemanny. E o primo invejoso, que papel de Giovanni Venturinni. Ele e a mãe sempre dizem que a culpa era da Carolina, o jeito que ela se vestia, como se comportava, ela que seduziu, segundo eles. Que pavor! A sobrinha finalmente resolve denunciar o tio e ele é preso.
O terceiro grupo é com a maravilhosa Belize Pombal. Como Geiza sofre, nossa, é de cortar o coração. Ela vive em um apartamento muito simples que conseguiu comprar. Em frente, traficantes se divertem com dias e dias de som muito alto. Elas começam a brigar com eles, um tenta matar sua filha pela incrível Gi Fernandes. A mãe ataca o traficante (Filipe Bragança) para salvar a filha, ele morre e ela é presa.

A próxima trama é de Milena pela incrível Nanda Costa. Ela atua em um grupo que rouba residências de luxo, ela é expert em abrir cofres. Sua mãe é a ótima Tereza Seiblitz. Batalhadora, ela faz comidas pra festas. A filha, cabeça de vento, não paga a luz, a mãe pode perder toda a encomenda. A filha tem uma ideia de "gênia". Roubar um carro grande pra ligar na luz, devolver depois que pagar a conta. Dá tudo "certo", só que ela rouba o carro que o dono estava levando um defunto pra desovar. O rapaz ainda tá vivo, dá uma informação pra Milena e morre. Ela leva o carro pra queimar, mas é presa. Então, em paralelo a confusão que a Milena faz, tem a história do assassinado. Paola Oliveira é riquíssima de nascença. Seu pai tinha fazendas e mais fazendas. Ela é casada com o personagem do Marcello Novaes. O pai dela morre, no enterro aparece um filho bastardo (Alexandre Rodrigues). Ela não quer dividir a herança com ele, então o mata.
Sete anos se passam e é quando o personagem de Luciano Mallmann aparece. Ele é o advogado que consegue soltar Balthazar. No Brasil muitos pobres apodrecem na cadeia mesmo depois de cumprido penas por falta de julgamento. O advogado quer na verdade fazer justiça, já que foi Nestor que o atacou porque o viu ele beijando o seu companheiro (Jorge Guerreiro) e o deixou sem o movimento das pernas. É interessante porque no terceiro bloco de quatro episódios, os núcleos começam a se misturar.
São muitos personagens e só atores incríveis! Leandra Leal volta com sua personagem, preciso rever Justiça 1Justiça 1 pra lembrar. Ela é casada com Fábio Lago, ele tem uma cachorrinha influencer. Ela é uma bem sucedida no ramo de negócios de acompanhantes.

Danton Mello tem um personagem inacreditável. Ele é o pai do traficante que é morto no começo. Ele tem orgulho de achar que faz tudo certo, só que não. Ele demora a perceber o quanto é mau, tentando fazer tudo certo. Os textos dele com a Geiza são desconcertantes. Ele é funcionário do Nestor, medroso, acaba fazendo tudo o que o mercenário pede. Danton criou tão bem o personagem que parece outra pessoa. anda com passinhos, encurvado, sempre gagueja por medo, que ator. 
Carolina também fala textos desconcertantes. Ela descobre que seu tio matou sua mãe levando um áudio pra ela. A mãe não podia ter emoções fortes porque teve muitos AVCs. Na conversa com o ex (Túlio Starling) ela diz que foi ficando uma pessoa ruim, depois de tudo o que passou. É difícil condenar os personagens em suas ações erradas, depois de tanta impunidade, tanta corrupção.


Eu achei que Juliana Xavier ia fazer só uma figuração, eu adoro essa atriz. Esqueci que essa série tem idas e vindas, e ela acaba tendo um grande destaque na última trama. São muitos grandes atores que ainda aparecem como o policial corrupto de Aramis Trindade, Breno da Matta, Helena Kern, Xamã e Evandro Mesquita. Amei a trilha sonora, eclética, tinha de tudo um pouco, Gal Costa, Maria Bethânia, Marcelo, Hungria, Johnny Hooker, Elis Regina, Zizi Possi, Chico Buarque e muita música sertaneja, raps, é muito variada. Várias canções foram pra minhas playlists.

O final seguiu o mesmo modelo dos quatro episódios iniciais. Em uma estrada os personagens vão se cruzando, é emocionante. E as notícias de cada um nos jornais.

Mas ver na Globoplay foi um inferno. Raramente carregava na TV. Cansei se pedir suporte no twitter, no chat que foi péssimo. Eram umas 50 vezes até carregar uma vez. Acho que fiquei mais horas tentando carregar que assistindo a série, tanto que cansei da Globoplay. Vou ver qual streaming assino agora. Eu li no twitter (me recuso a usar o nome atual) que parece que carrega mal mesmo na TV, que funciona melhor no celular e no computador, não sei se é verdade,  porque não tentei. Amo ver na telona e TV é meu lazer na maioria das vezes, os outros dispositivos são mais trabalho, quero conforto no meu lazer. Me irritava muito os atendentes insistirem que eu visse em outro dispositivo, como se a culpa fosse minha que queria ver na TV. Irritante! Tive muito mais tempo a Netflix e nunca tinha problema pra carregar.





Beijos,
Pedrita

10 comentários:

  1. Uma publicação interessante!!
    .
    " SAUDADE..."
    Beijos, e bom fim de semana

    ResponderExcluir
  2. Quero ver esta série também. Li algumas resenhas por aí e já tinha ficado interessada. Acho que o sistema judiciário do país tem muito o que mudar. Pena que o povo não enxergue isso.

    Beijo







    ResponderExcluir
    Respostas
    1. marly, sim, as leis são fundamentais para a democracia, mas tem que ser de fato iguais para todos. a série é ótima.

      Excluir
  3. Quando morei em Brasília (asa sul), só conheci o Guará e Taguatinga.
    Ceilândia já era assustador, diziam.
    Sobradinho ficou faltando conhecer, na época.
    Não suporto mais assistir filmes que apelam para homoafetividade e racismo.
    Os homeoafetivos parecem que não se aceitam e ficam querendo achar aplausos. Tô fora!
    Cada qual com seu cada qual. Beijo,

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. liliane, eu só conheci brasília em turismo algumas vezes. a série é sobre a justiça que só existe para quem tem recursos. e que é desigual. e aí são várias histórias.

      Excluir
  4. Olá, tudo bem? Eu também só falo Twitter kkkk Leio críticas negativas sobre a segunda temporada. Só assisti ao primeiro episódio. E achei muito bom. Bjs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. fabio, twitter não merece ter outro nome e o outro nem é nome. eu só vi elogios. a minha bolha é outra. é incrível.

      Excluir
  5. Eu gostei muito da primeira temporada.
    Essa ainda não assisti, mas quero conferir, o elenco estelar e as histórias devem entregar um bom roteiro e promover reflexão.

    ResponderExcluir

Cultura é vida!