Obra Rara (1960) de Xavier Amiama
A Ilha Sob o Mar conta a história de Zarité, escrava de Saint Domingue, de possessão francesa, que é comprada por um francês para cuidar de sua esposa espanhola. A obra é dividida em partes, ou Zarité conta sua história ou a autora. Vamos assim vendo por dois pontos de vista. Fantástico! Dessa forma Isabel Allende conta um pouco a história dessa ilha e depois da Louisiana. Eu nem sabia que a Louisiana tinha sido também de possessão francesa. A Ilha Sob o Mar reforça o quanto achavam que os negros eram animais, propriedade e objetos. É uma obra extensa, detalhada, que fala muito da cultura e tradições afro. Fico imaginando que tipo de estudo a Isabel Allende fez para contar em tantos detalhes essas histórias. A Ilha Sob o Mar entrou para a lista dos livros inesquecíveis e melhores livros que já li.
Obra Arca de Noé (1964) de Andre Normill
Enquanto eu lia eu pensava em algumas questões nossas atuais, algumas pessoas preocupadas em trocar por um carro melhor, se irritaram com os pais porque não tem um apartamento melhor. Querer usar a roupa daquela celebridade. E via a vida dessas pessoas escravizadas, que a luta era para viver, para ficar com a criança que criou como filho no lugar da liberdade. Ter que escolher entre amor, liberdade e cuidado com o filho que criou para que não morra. Pensei o quanto muitos de nós pensamos e valorizamos questões tão fúteis. É bom melhorar, lutar por algo melhor, conquistar, mas viver só com objetivos materiais fica tudo muito vazio.
Obra As Mulheres no Mercado de Alberoi Bazile
Anotei alguns trechos de A Ilha Sob o Mar de Isabel Allende:
“Eu, Zarité Sedella, do alto dos meus quarenta anos, posso dizer que tive mais sorte do que as outras escravas.”
“...reduziu os castigos e contratou um veterinário que passou dois meses em Saint-Lazare tentando devolver um mínimo de saúde aos negros.”
“Parecia um homem de poucas luzes, com mentalidade de subalterno e sem ambição, porque era preciso carecer completamente dela para ter se casado com uma mulher de cor.”
“Não dava conselhos porque, segundo a sua experiência, era uma perda de tempo; cada um comete seus próprios erros e aprende com eles.”
Tanto os pintores como o compositor são do Haiti.
Beijos,
Pedrita
MuITO BOM SEU POST, pEDRITA!
ResponderExcluirE eu fico imaginando o porque dos humanos atuais (em qualquer país, cor ou crença) dar tanto valor a materialidade das coisas, prefereindo os OBJETOS, a elementos como as ARVORES e os ANIMAIS... POR QUE TODOS FALAM TANTO de D US E FE E MATAM OS ANIMAIS E AS ARVORES?
Pedrita, você se superou nesse post. Muito bom mesmo e desta vez vou ter que ler o livro, também adoro a Isabel Allende.
ResponderExcluirPenso que quem aposta só no material corre o risco de ficar no vazio e na depressão se acontece algo de ruim na parte financeira.
Por outro lado. as conquistas obtidas através do nosso desenvolvimento pessoal ninguém nos tira. Se o lado material da vida estiver difícil é dentro de nós que vamos encontrar forças para reagir.
Bem, é assim que penso. Beijo, bom final de domingo
nunca li livros dela, nem sei o por quê, sempre os pego na pateleira e deixo. fiquei curiosa...
ResponderExcluirPedrita,
ResponderExcluirdesde que retornei de Israel, so sinto vontade de pintar a oleo; toda foto é feita com esse objetivo!
bjs
fatima, não incorporam outras formas de vida em suas crenças.
ResponderExcluiranamaria, vc vai amar.
lady, são fantásticos.
Adoro Isabel Allende: mulher, latino-americana, maravilhosa!
ResponderExcluirPra mim, o livro ainda tem um cheiro especial pois li nas férias lá em Recife (e olha que eu passeei bastante por lá!)
Denise
dê, foi difícil querer fazer outra coisa além de ler. fascinante. tb tenho muita admiração pela isabel allende.
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