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Assisti a peça
MSTesão de
Aimar Labaki no
Sesc Consolação. Era em uma sala pequena no terceiro andar. Gostei muito! Texto instigante e complexo! Além da
direção,
Aimar Labaki assina a
concepção e escreveu o
texto. A peça aborda várias questões: exposição de imagem, culto ao corpo, desejo de ser celebridade, prostituição, opções sexuais, sem terra, miséria, preconceito. Bom, preconceito parece pautar a peça, cada qual com sua visão fechada e cega defende suas posições e levanta questionamentos sobre vários temas. Há também uma projeção de imagens que se mistura aos personagens.
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Em um estúdio fotográfico um integrante do movimento dos sem terra vai tirar fotos nu. Ele precisa de dinheiro para o plantio, já que ganharam a terra e essa foi a forma que ele encontrou, já que o governo não enviou os créditos para o plantio como prometeu. A peça então aborda várias questões como o fato de ser mais fácil conseguir verba entrando no mundo das celebridades, mesmo que instantânea, do que através do trabalho e do agribusiness. Gostei demais do rapaz, a direção na interpretação dele também foi muito boa. Ele é um jovem ator interpretado por
Murillo Carraro e alterna mostrando claramente a fragilidade de suas convicções juvenis. Inicialmente é um rapaz que tenta se mostrar corajoso e que assinou tirar foto nu, mas é contrário a esse tipo de trabalho. Quando seu pai chega ele se mostra um menino mimado e medroso. Quando uma mulher aparece, ele passa a defender o pai e por último mostra que deseja as fotos e que tem um narcisismo latente, muito bom!
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Gosto muito do
Augusto Pompeo que fez o fotógrafo. Eu jamais esqueço sua interpretação na peça
Comédia dos Erros. Os outros dois do elenco são
Mario Cesar Camargo e
Luciana Domschke. Só me incomodei com a arma. Eu tenho uma dificuldade de lidar com violência em eventos culturais. Ficava o tempo todo pensando que era uma arma de brinquedo, mas em um espaço pequeno, volte e meia apontada para a platéia, achava que não ia conseguir ficar e ia acabar saindo. Por sorte resisti bravamente.
A peça já saiu de cartaz, mas como aqui volte e meia comentam sobre os altos custos dos ingressos em peças de teatro, essa custava apenas R$ 10,00.
Eu não lembro qual era a música do Chico Buarque que toca no início da peça, vou colocar essa para ilustrar musicalmente o post.
Música do post: Chico Buarque - Até o Fim
Beijos,
Pedrita
Adorei os temas abordados na peça. Espero ter a oportunidade de ver.
ResponderExcluirParece ser muito interessante! E o nome da peça é hilário também...
ResponderExcluirCheers!
camila, acho que vai gostar.
ResponderExcluirrodrigo, a explicação do nome no meio da peça é melhor ainda :)