quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Mais Pesado é o Céu

Assisti Mais Pesado é o Céu (2023) de Petrus Cariry na Maratona Centenário do Cinema Cearense no Canal Brasil. Eu queria muito ver esse filme desde que vi falando da estreia nos cinemas. Até ia me programar pra ver, mas estava na sessão mais tarde do cinema que pago meia, o único horário que não vou. Já é o segundo filme que quero ver e é só nesse horário. Fiquei eufórica quando vi que ia passar no Canal Brasil e coloquei pra gravar. Esse e outro. O canal tem criado essas mostras, com homenagens variadas, e colocado filmes muito, mas muito recentes, que acabam não entrando no streaming. Esse cartaz é belíssimo e é um momento muito emblemático do filme.
 

Eu comecei a ver esse cartaz. 

Os dois protagonistas estão maravilhosos, Ana Luiza Rios e Matheus NachtergaeleOs dois personagens começam a se deslocar em separado, pedindo carona. Os dois querem ir no açude que cobriu a cidade da infância deles. E eles se encontram exatamente no açude. Ela chega primeiro, ouve um bebê chorando que está em um barco. Ele chega com ela com o bebê no colo que começa a chorar. Ele fala que o bebê está com fome e ela terá que dar de mamar. Ela diz que o leite secou pouco depois do bebê nascer. Em nenhum momento do filme ela diz que o filho não é dela. Ele leva ela então a casa de um amigo. Depois de muito andar não acham, tudo está diferente. Voltam a estrada, só lá há algum comércio precário. Bonito no filme só o céu. O resto é só degradação, miséria, exploração e muita, mas muita desolação.
Silvia Buarque está no elenco, ela que dá mamadeira ao bebê. A jovem ia tentar a vida em Fortaleza, o homem ia atrás de caranguejos no mangue. A mulher sugere que os dois fiquem por ali, que tem uma casa abandonada. Tudo na região é abandonado, todos partiram. 

Eles tentam ficar. Ela sai todo dia pra tentar trabalho, mas é tudo exploração. Só consegue alguns trocados com carros na estrada. Ele fica com o bebê. O filme é muito surpreendente. Mas gostei de falar desses fins de mundo no Brasil, onde não há perspectivas de vida digna, só dificuldade, maus tratos e tormento. É um filme muito, mas muito melancólico! E muito lindo! Me emocionei várias vezes. As pessoas não deviam ter que viver com tanta dificuldade.
Beijos,
Pedrita

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