É difícil acompanhar o sofrimento dessa jovem. Só depois que assisti é que vi que é autobiográfico e foi transformado em livro pela Nobel, Annie Ernaux que agora quero ler com urgência. Gosto de autoras que não se eximem de escrever obras polêmicas. Em 1963, com 23 anos, a protagonista engravida. Ela estuda literatura e decide que não vai levar adiante a gravidez. Na França da época, bem como no Brasil até hoje, o aborto é proibido. Na França a legalização do aborto aconteceu em 1975. O filme dá muita agonia. Logo nas primeiras semanas ela tomou a decisão, mas não pode falar pra ninguém. Ela procura dois médicos em sigilo, mas eles desconversam. E claro, são homens. Se fosse legalizado na época, ela logo conseguiria o direito ao procedimento com toda a segurança, higiene, mas como era proibido, ela passa uma peregrinação de muito sofrimento, angústia, se prejudica nos estudos, é um sofrimento atroz. Anamaria Vartolomei está impressionante, que atriz.
Finalmente um rapaz leva a jovem a uma amiga que sinaliza o caminho, mas a gravidez já está mais adiantada. Ainda no tempo mais seguro para qualquer procedimento, mas muito arriscado se não for uma cirurgia. A moça indica uma outra mulher que é acolhedora, firme, mas não deixa de ser um procedimento para provocar o aborto fora dali. Após a interferência, a jovem volta de onde veio ou para onde decidiu passar o resto do processo. A moça que ajuda a protagonista diz que se ela for hospitalizada, tem que torcer para ser um médico mais humano, que vai colocar aborto espontâneo no protocolo, porque alguns colocam aborto e a jovem iria presa. Sim, ela passa muito mal, é hospitalizada e encontra um médico humano. Ela se salva, volta aos estudos e se torna essa grande escritora.
Beijos,
Pedrita
It sounds like a deeply impactful film, exploring difficult themes with raw emotion. The connection to Annie Ernaux's autobiographical work adds even more depth to the story. I can see why it would be so thought-provoking. I just shared a blog post, let me know what you think.
ResponderExcluirmelody, fiquei muito interessada nos livros da ernaux.
ExcluirAcredito que seja um filme muito interessante de ver.
ResponderExcluirFeliz fim de semana
rykardo, angustiante.
ExcluirAssisti. Faz muito tempo. Só lembrei lendo sua resenha. Beijo,
ResponderExcluirliliane, muito angustiante.
ExcluirA gente percebe a crueldade e a hipocrisia com relação ao aborto, quando depara com um caso como o ocorrido com a menina capixaba (de dez anos, se não me engano), que engravidou depois de ser estuprada. A família conseguiu autorização na justiça, para que o aborto fosse feito, mas ainda assim, o hospital do estado dela não quis fazer o procedimento. E a menina teve que ser levada a outro estado.
ResponderExcluirOutra coisa que dá o que pensar é a suposição feminina de que se homens engravidassem, o aborto seria legalizado desde sempre.
Beijo
marly, e no brasil estamos muito atrasados. estão proibindo o direito de uma criança de fazer o aborto. se a gravidez seguir ela e a criança correrão riscos de vida. tb estamos proibindo aborto de crianças sem cérebro, mulheres que foram estupradas. na frança em 1975 o aborto é permitido a qq pessoa q ache que não deve ter a criança. tb acho q nao só se os homens engravidassem, mas se fossem eles a perder o ano de estudo, a arcar com o peso e os custos. iam rapidinho mudar a lei.
ExcluirNunca tinha ouvido falar, Pedrita. Mas achei inteeressante.
ResponderExcluirsergio, tb não tinha ouvido, se não fosse a indicação do miguel barbieri não saberia. acho fundamental e não só pra ser visto por mulheres.
ExcluirOlá, tudo bem? A campanha do Precinho acabou na Rede Cinesystem. Snif... Bjs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br
ResponderExcluirfabio, espero q consiga ir ao cinema de novo. anda muita correria.
ExcluirNão conhecia e acho importante debater o tema.
ResponderExcluirLevo já a indicação.
luli, é desconcertante.
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