quinta-feira, 2 de outubro de 2008

As Mil e Uma Noites

Assisti As Mil e Uma Noites (1974) de Pier Paolo Pasolini no Telecine Cult. A abertura teve um vídeo com explicações do filme e da Trilogia da Vida desse diretor pelo Marcelo Janot. Eu já tinha lido poemas do Pasolini, ouvido histórias, mas ainda não tinha visto nenhum de seus filmes e estava ansiosa. E foi bom ouvir antecipadamente os comentários do Janot para entender melhor esse grande diretor. Esse é o último filme da trilogia, com conteúdo bastante erótico faz um apanhado sobre submissão, preconceito e liberdade. Soube pelo Janot que o Pasolini utiliza muito elenco de atores praticamente desconhecidos e regionais, alguns amadores e do povo. É realmente perceptível a simplicidade e espontaniedade dos atores que dá um frescor e um diferencial muito peculiar, gostei bastante.

As locações foram na Etiópia, Índia, Irã e Nepal. E os filmes são mal dublados em italiano. Fiquei imaginando o quanto deve ter sido estranho para esses povos atuar nesses filmes e muitas vezes nus e na década de 70. Esse filme foi proibido nos Estados Unidos e Brasil. Nos Estados Unidos só foi exibido na década de 80 e no Brasil depois da abertura política.
As Mil e Uma Noites fala de amor, escravidão, preconceito, poder, dinheiro e debate metaforicamente vários temas políticos.
No elenco estão Ninetto Davoli, Franco Citti, Tessa Bouché, Margaret Clementi, Ines Pellegrini, Franco Merli e Francelise Noel.
As Mil e uma Noites foi vencedor do Grande Prêmio Especial do Júri no Festival de Cannes.
A trilha sonora belíssima é de Ennio Morricone.

Música do post: aderech arada, instrumenta


Youtube: Pasolini tribute




Beijos,

Pedrita

7 comentários:

  1. Na sua época, já era idolatrado, mas por uma minoria, ainda que significativa.
    Como quase sempre, com a morte adquiriu o estatuto de "Clássico".
    Que, de facto, é.

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  2. Gostei da foto do cartaz do filme. Sabe, antigamente parece que os diretores podiam ousar mais, tinham liberdade pra isso. Hoje vivemos num mundo de patrulha, onde qualquer idéia pode ser alvo de protestos indignados. Beijos

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  3. Bom dia Pedrita!!
    Devido a ver tanto seus comentários acabei virando fão de carteirinha de TV por assinatura.. toda vez que verifico a grade de programação do TELE CULT e do P&A penso em você e me preparo para a rssenha, como sabemos que os filmes podem passar novamente, me inspiro em seus relatos... é uma delícia!!!!

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  4. Olá Pedrita!
    Este filme do Pasolini é hoje em dia um clássico, demonstrando todo o saber do cineasta, para além do Decameron e dos Contos de Canterbury, que constituem a trilogia da vida, recomendamos vivamente a "Medeia" com a Maria Callas, uma das obras-primas do cineasta.
    Beijinhos e bom fim-de-semana
    Paula e Rui Lima

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  5. Oi, querida!

    Você, como sempre, chega de mansinho e contribui imensamente com seu comentário. Obrigada. Estou quietinha, mas sigo acompanhando suas dicas culturais. Quero ver Pasolini, tenho vários dele para ver.

    Beijo grande e bom final de semana!

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  6. quintela, é brilhante!

    marion, acho que é relativo. o cinema americano convencional entrou na onda do politicamente correto e família. mas os independnetes e de vários países continuam infinitamente criativos e brilhantes.

    roseli, obrigada.

    paula e rui, quero ver os outros da trilogia.

    camila, obrigada e vc vai gostar dos poemas de pasolini. inclusive seus filmes parecem mesmo poemas.

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  7. Também faz pouco tempo que comecei a conhecer os filmes do Pasolini. Maravilhosos!

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Cultura é vida!