domingo, 26 de junho de 2022

The First Lady

Assisti a série The First Lady (2022) de Aaron Cooley no Paramount+. A direção é de Susanne Bier. Eu só via elogios das minhas amigas a série. Corri pra ver e que grata surpresa. Uma das melhores séries que já vi na vida. Tudo brilhante, a começar pela abertura.

The First Lady conta a história de três primeiras damas dos Estados Unidos, Eleannor Roosevelt (1929-1932), Betty Ford (1973-1974) e Michelle Obama (2009-2017). Três primeiras damas revolucionárias e a frente do seu tempo. Todas as três atrizes estão impressionantes: Gillian Anderson, Michelle Pfeiffer e Viola Davis. Só a história da Michelle eu conhecia mais antes e depois de ler o livro dela.

A edição e os fatos escolhidos são impecáveis. As três histórias são contadas ao mesmo tempo, estranhamente tiveram fatos parecidos. No começo mais óbvio, o casamento, ser primeira dama. Mas tem os menos óbvios como os engajamentos, as tragédias. Todas as três igualmente foram desacreditadas em suas funções de primeira dama. Os assessores dos presidentes faziam de tudo para neutralizá-las e deixá-las restrita a ala doméstica da casa branca. Cada uma desacreditada por um preconceito diferente.
Eu não conhecia nada de Eleannor Roosevelt. Ela era muito estudiosa e diferente das jovens da sua idade, não queria casar. Acabou conhecendo Franklin e se tornando grandes parceiros intelectuais de vida. Ela sempre auxiliava ele nos discursos, nos posicionamentos, sempre que algo muito complexo acontecia, ele a procurava. Ela se uniu as sufragistas pelo direito ao voto. Peitou o marido ferrenhamente quando ele impediu que refugiados judeus desembarcassem nos Estados Unidos. Após a morte de Roosevelt, ela elaborou a Declaração Universal de Direitos Humanos e presidiu a ONU de 1946 a 1952.
Quando Eleanor é traída pelo marido, a sogra impede ela do divórcio, mas eles se afastam como marido e mulher. Ela então tem um romance bastante longo com uma jornalista sufragista. Os detetives da casa branca descobrem, avisam o marido que continuava tendo casos, só as mulheres são vigiadas. O marido, altamente compreensível, emprega a jornalista, ela passa a viajar muito, mas ter um quarto ao lado do da Primeira Dama que se acessava por uma porta secreta.

Ford assumiu quando Nixon foi acusado de corrupção. O casamento com Ford foi o segundo de Betty. Ela era divorciada, tanto que ficou afastada dele até assumi-la depois quando concorreu a cargos políticos. Antes de ser primeira dama ela já tinha sido dependente química. Nessa época tinha-se remédio pra tudo, pra ficar desperta, pra dormir, receitava-se sem o menor cuidado, que Betty misturava compulsivamente com bebida. Mas na casa branca, mesmo bebendo bastante, as atividades a mantiveram focada. Ela teve câncer de mama quando era primeira dama e apesar de todas as pressões pra esconder, ela falou abertamente com os americanos, impulsionou inúmeras mamografias. Que mulher forte. Quando Ford perdeu a eleição eles se aposentaram em uma casa no campo, mas Ford a largava o tempo todo em conferências, viagens, ela se afundou novamente nas pílulas e bebida. Orgulhosa, forte e determinada, recusou muito tempo que precisava de ajuda, mas quando aceitou, se tornou uma grande porta voz na causa. Criou e construiu na região onde morava uma clínica para dependentes.
Interessante que na série o pensamento das filhas de Michelle aparecem muito. O quanto a família sempre promovia novos olhares, cobranças e posicionamentos. Michelle corretamente poupou as filhas no livro, mas gostei muito de conhecer o pensamento delas pela série. Fiquei admirada. Sim, filhas de dois grandes estudiosos, advogados e estadistas, não poderiam ser diferente, mas foi lindo de ver.
São dez episódios e os dois últimos muito tristes. Há a Segunda Guerra no primeiro, a dependência química da Betty e a eleição de Trump. Mostraram claramente a luta de Michelle e Obama para que Hillary vencesse, mesmo que eles não gostassem dela, mas o atraso veio mesmo assim. 
O elenco enorme e incrível. Franklin (Kiefer Sutherland), Ford (Aaron Eckhart) e Obama (O-T Fagebenle). Alguns outros são: Dakota Fanning, Regina Taylor, Lily Rabe, Clea Duvall, Lexi Underwood, Jayme Lawson, Michael Potts e Ellen Burstyn
E sim, Betty Ford dançou na mesa oficial da casa branca.



Beijos,
Pedrita

12 comentários:

  1. Está ma minha lista. Tenho interesse na Bete Ford. Bj

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  2. Olá: - Acredito que seja uma série muito interessante que prenda quem assiste à TV e/ou ao ecrân.
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    Cumprimentos e um domingo feliz
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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  3. Vou confessar, ando sem paciência para obras que exaltam um certo povo, rsrs. No ano passado eu vi um documentário sobre a cientista (feminista), brasileira, Bertha Lutz. Chama-se "Bertha Lutz, a mulher na carta da ONU". Se puder, assista, e você compreenderá um pouquinho do que falo.

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    1. marly, quer algo que essa série não exala é o povo americano. essas três mulheres peitaram seus maridos, tomaram ações públicas a revelia deles pensando nos direitos humanos, questionando a preocupação com votos. as filhas do obama idem. foi muito surpreendente.

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  4. Eu gostei MUITO da série!
    É mesmo uma das melhores que assisti nos últimos tempos.
    Os recortes são precisos, as histórias bem narradas e muitos fatos surpreendentes.

    Bjs Luli

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    1. luli, exato, fiquei muito, mas muito surpresa. as mulheres deviam estar nos cargos de poder.

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