segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Madame Claude

Assisti Madame Claude (2021) de Sylvie Verheyde na Netflix. Como há um fetiche com essa profissão, há vários filmes sobre essa empresária. Eu só resolvi ver porque a diretora é mulher. Há fetiche, os filmes são muito vistos, mas há preconceito na sociedade a essas mulheres que vendem o que é delas.
 



Madame Claude era uma grande empresária no final da década de 60. Como o ramo de negócios era ilegal, ela precisava de uma teia de proteção entre policiais, serviço secreto, grandes empresários e pra isso precisava distribuir a renda. E claro, quando foi conveniente, essa teia usou esse serviço como bode expiatório para condená-lo. Ela foi acusada de sonegação de impostos, bom, se uma profissão não é regulamentada, ela não tinha como recolher impostos. Os que usufruíam dos serviços, que pagavam em dinheiro, policiais, altos executivos, diplomatas, não eram infratores, muito conveniente. Karole Rocher está ótima como Claude.
Algumas outras do elenco são Garance Marillier, Roshdy Zem, Pierre Deladomchamps, Hafsia Herzy, Liah O´Prey e Paul Hamy. A trilha sonora é ótima e tem no Spotify. Interessante o roteiro colocar um jovem comentando com uma prostituta que esse serviço iria acabar. Ele pergunta se ela tinha ouvido falar de Woodstock, no amor livre. Esse serviço milenar pode ter mudado, mas mesmo hoje que as mulheres são livres para viver a sua sexualidade, ou pelo menos deveriam ser, esse serviço não acabou, e continua em muitos países ainda ilegal para facilitar a exploração. E não estou falando do profissional que administra o serviço, e sim dos que os contratam, aqueles que cumprimentamos sem o menor pudor, até os admiramos. Muitos fingimos não ver uma profissional do sexo como se ela não fosse uma pessoa. Quantas vezes você passou na rua e fingiu não ver o ser humano que estava trabalhando ali na rua só porque você se acha superior a ele? E quantos políticos e altos executivos você tem orgulho de cumprimentar e que você sabe que utiliza esse serviço?
Madame Claude (foto) morreu aos 92 anos.

Beijos,
Pedrita

14 comentários:

  1. Não há grandes dúvidas mentais. Apenas, legalizar ou ilegalizar.

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    1. aps, na questão legal sim, mas na questão humanitária, é absurdo fingir que uma pessoa não existe.

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  2. Acredito que seja um filme muito interessante de ver.
    Cumprimentos poéticos

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  3. Já vi esse filme. Aquelas prostitutas eram todas chiques. Quando ainda menina e no ônibus, passava por um casarão e ouvia falar que era uma casa de prostitutas. E eu nem sabia o que era isso.
    Ainda tem amolador ambulante? Que maravilha! Estou procurando por aqui. Bj

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    1. liliane, chiquérrimas. eram pra ricos. eu tb perguntei aos 4 anos o que era uma prostituta pra minha mãe. ela disse q era uma moça que tinha muitos namorados hahahahaha sim, aqui ainda tem amolador ambulante, mas em geral em bairros residenciais.

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  4. É o mundo com as suas contradições, patriarcalismo, conveniências, exploração dos mais 'fracos' e etc. Não me cabe opinar sobre coisas que eu não vivo e não me afetam. E que, acima de tudo, são escolhas de outras pessoas, que só podemos respeitar (e eu respeito). Porém, por ser feminista, eu repudio a prostituição. Acho que ela degrada as pessoas que a praticam.

    Beijo

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    1. marly, exato, não são elas responsáveis pelo q representa a profissão. enquanto tiver quem as contrata, elas vão existir, o que eu acho que é pra sempre, mesmo que tenha diminuído a procura pela liberdade sexual. culpa-las é inaceitável. são frutos do meio e da miséria. ignorá-las pior ainda.

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  5. Concordo com você quando fala do preconceito, de como a profissão não é regulamentada e que cada um faz o que quer com o próprio corpo.
    Mas tbm penso que tem um viés que leva garotas a se lançarem num mundo onde o machismo, uso de drogas, a violência e criminalização se fazem sempre presentes e cujos resultados são na maioria das vezes péssimos.

    Bjs

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    1. luli, exato, deve ser raro pessoas fingindo q um político não existe, mas essas profissionais são invisíveis na rua. com essa sexualização, foco na imagem, na beleza, tem hora q as jovens não conseguem pensar em outra coisa. como é importante falarmos da relevância do estudo.

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  6. Não conhecia a história dela, deve ser bem interessante o filme.
    big beijos
    www.luluonthesky.com

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  7. Oi Pedrita, saudades de vc e de seu cantinho. Bjs querida

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