segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Abraço Apertado de Émile Ajar

Terminei de ler Abraço Apertado (1974) de Émile Ajar da Todavia. Esse livro apareceu na minha lista e comprei na última Festa do Livro da USP. O autor quis escrever com pseudônimo depois de ficar famoso e elogiado como Romain Gary. Não gostei como veio na capa. colocando entre parênteses o nome de quem escreveu o livro Émile Ajar. Falam que nem os editores sabiam que era ele, o que pode nem ser verdade, mas o autor quis escrever como Émile, então colocar na capa o inverso, é mudar o nome do autor, mesmo que sejam a mesma pessoa. Li que o autor usou muitos pseudônimos. Eu amei essa capa de Laurindo Feliciano. É uma bela edição.

O marcador de livros ganhei de uma amiga.

Obra Composição (1905) de Mikalojus Konstantinas Čiurlionis

A capa tem tudo a ver com o livro, é praticamente uma fotografia do que ocorre. O protagonista tem uma Píton em seu apartamento, uma espécie de serpente que não tem veneno. Ela captura as suas vítimas com um abraço apertado. O livro é todo cheio de metáforas, ironias, trocadilhos e é genial. Muito carente, nosso protagonista se sente amado pela Píton que o abraça enquanto dormem, um abraço bem apertado.
Obra Torre de Menshikov (1929) de Alexander Drevin

O livro começa com o protagonista procurando um padre. Ele comprou uma preá para dar de comer ao Píton, mas ficou com pena, comprou um ratinho, também não conseguiu e passou a criar o ratinho também. A conversa dele com o padre é muito engraçada. O padre tenta fazer Cousin entender que é da natureza do animal, que um Píton como animais vivos.

Obra Bananal (1927) de Lasar Segall

Cousin é uma pessoa horrível. Ele acha que ele é magnânimo, que ele salvou o Píton da solidão. Ele também diz ter um relacionamento com a Srta. Dreyfus. Eles trabalham no mesmo escritório e ele a espera todo o dia para subir no mesmo elevador, raramente eles tem algum contato verbal no elevador, é só quando se encontram, mas ele jura que eles vão casar, como se ela soubesse do relacionamento. Ela é negra e ele é muito racista. Como a Píton, ele acha que ela precisa dele. É pavoroso a forma como ele se refere aos negros. Que homem horrível. O livro é todo inquietante.

Obra Homem em um Café (1950) de Vytautas Kasiulis

O final é todo desconcertante. Bom, o livro é, mas o final enlouquece completamente. No início a edição conta que o autor escreveu um final, que foi modificado para a primeira edição, então essa edição iria trazer os dois finais. O primeiro com o que realmente foi publicado e depois o que o autor escreveu primeiro. São bem parecidos. O que não foi publicado é mais extenso, mas as loucuras estão lá nos dois com desfechos diferentes. Que livro incômodo.
Beijos,
Pedrita

2 comentários:

  1. Pedrita depois de ler a resenha do livro confesso que fiquei curiosa pra ler também, obrigada pela sua avaliação, desejo uma feliz segunda-feira bjs.

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  2. Deve mesmo ser um livro inquietante e muito diferentão.
    Polêmica essa coisa dos pseudônimos.
    E o relacionamento com a srta Dreyfuss que só existe no imaginário do protagonista.
    Curioso a forma como lida com a solidão.
    Um livro excêntrico.
    Fiquei curiosa.

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