sexta-feira, 5 de junho de 2015

Do Luto à Luta

Assisti ao documentário Do Luto à Luta (2005) de Evaldo Mocarzel no Prime Box Brazil. Sempre quis ver esse documentário. Eu tinha visto uma entrevista com o diretor contando que quando soube que teria um filho com Síndrome de Down ficou muito mal e com pensamentos ruins. Foi difícil a superação. Ele resolveu fazer então esse documentário conversando com famílias, pais de crianças com Síndrome de Down, jovens, adolescentes e adultos com a síndrome. A filha dele aparece um pouco no filme também.


Um trabalha em uma biblioteca. Ele dá uma aula sobre a importância de ler. Os pais dele já morreram, então ele vive com uma tutora. Uma senhora da APAE fala que hoje não colocaria o filho lá, porque há a inclusão, todos podem estudar em qualquer escola, não mais segmentado. Que o filho dela foi muito feliz. É muito chocante o depoimento dela. O marido não contou pra ela quando o filho nasceu que ele tinha a síndrome, achou melhor ela descobrir com o tempo no papel de mãe. Mas quando a criança não sentava, ela levou ao médico que foi monstruoso, disse que o filho era retardado, que não ia fazer nada, e que ia morrer aos 16 anos. O filho dela morreu aos 52 anos e foi muito feliz.

Depois apareceu o casal que aprendi a adorar no filme Colegas, os atores Ariel Goldenberg e Rita Pook. É esse documentário que dá visibilidade a eles e que permite o convite para atuar no longa. No documentário eles são ainda namorados. Iam casar em um buffet. Amei ver o casamento deles. Evaldo Mocarzel teve uma ideia maravilhosa no documentário, criou um roteiro onde um pai é informado pelo médico que seu filho é portador da Síndrome de Down. Cada um desses jovens dirige uma concepção desse pequeno roteiro. O documentário contratou dois atores e eles dirigiram e acompanhamos o processo. Os dois são muito talentosos e muito diferentes suas direções.
O Prime Box Brazil começou com tudo quando teve a obrigação das tvs a cabos de ter um percentual bem razoável de produção nacional. Há um tempo sofrem seriamente problemas de verba, os filmes são bem repetidos, poucos novos. Até aquele programa de vendas de joias entrou na programação. Espero que consigam se equilibrar. Era um canal que gostava muito.

Beijos,
Pedrita

5 comentários:

  1. Oi, Pedrita,

    Vou tentar ver este filme também. Acho o tema interessante e por isso sempre atentei para ele. Tanto que discordei do biólogo (ateísta) Richard Dawkins por ele ter aconselhado uma mulher grávida a abortar, porque ela tinha ficado sabendo que o bebê era portador da síndrome de Down.

    Beijoca e bom fim de semana

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. marly, me assusta médicos, conhecidos, determinarem o que alguém deve fazer nesses casos. acho que devem informar. consolar se necessário. mas deixar a decisão para o casal. o que já é difícil. pq cada um pode pensar de uma forma diferente. imagine mais gente interferindo. tudo doloroso demais.

      Excluir
  2. Há 52 anos, pouco se sabia da Síndrome. E a previsão era mesmo de morrer por problemas respiratórios em torno dos 20 anos.
    Mas a Ciência evoluiu e hoje se sabe que há vários graus da Síndrome.
    Não gostaria de ser obrigada a ter um filho com a Síndrome.
    Queria ter direito legal(ilegal eu teria) de abortar. Que a decisão fosse minha.
    Se a maioria não pensa assim, respeito. Mas eu penso assim e quero respeito, também.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. liliane, acho que é uma decisão muito particular do casal. qualquer decisão será difícil e devemos respeitar.

      Excluir
  3. Amei seu post e vou tentar assistir ao filme!
    bjss

    ResponderExcluir

Cultura é vida!