quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Sem Gentileza de Futhi Ntshingila

Terminei de ler Sem Gentileza (2016) de Futhi Ntshingila da Dublinense. Que livro! Mais um que eu vou querer que todo mundo leia. A autora é sul-africana e a obra é ambientada no Apartheid. Obrigada aos vendedores da Dublinense. Em 2019 eu fui na feira do livro buscar um livro dessa editora e eles descobriram que eu tenho interesse em ler livros escritos por mulheres e me indicaram vários e todos entre os melhores livros que já li, esse entra na mesma lista.

O marcador é da Siciliano e tem uma grávida
 

E logo no início lemos esse texto impactante. Sem Gentileza é um livro sobre mulheres fortes, que passam todo o tipo de privações como a fome. Começa com a mãe e a filha na fila para receber o auxílio, mais atual impossível, e o recurso é negado, acabou. Sem dinheiro pra voltar pra casa, a mãe doente, uma da fila, portanto uma pobre igual é que dá o dinheiro pras duas voltarem pra casa. Toda segunda-feira elas vão nos lixos do bairro rico procurar comida. A mãe é soropositiva, a filha tem 14 anos e sonha em ser cantora. Uma igreja chega no bairro, a mãe incentiva a filha que canta mais alto que todas, o reverendo a chama na sacristia e ela imagina que chegou sua oportunidade. Ele a estupra. A mãe queria que a filha fosse sempre a um ritual para saber se ainda era virgem, era algo muito cultuado, uma tradição. Ela recebia uma pintura na testa. Ela percebeu o risco que a pintura significava, quase um alvo, e tirava sempre.
Parte da obra Whatiftheworld de Athi-Patra Ruga

O livro segue então para contar a história da mãe. São histórias de vidas dificílimas, onde os homens ou atrapalham, ou comentem crimes. São em geral fracos, imaturos, desrespeitosos. E elas fortes que lutam para sobreviver. Gostei também que todos, exceto alguns como o reverendo, são humanos, com erros e acertos. Com fraquezas. Que livro!





Beijos,
Pedrita

14 comentários:

  1. Boa noite Pedrita.
    Boa dica de livro que é uma crítica social.Bjs.

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  2. Só a resenha já me deixou impactada, imagine o que não me faria a leitura! Mas eu gosto desse tipo de livro, que tem base na história e nos costumes.

    Beijo

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  3. Acredito que seja um livro fascinante de ler

    Cumprimentos

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    1. rykardo, não é uma leitura fácil, mas acho fundamental.

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  4. Nunca ouvira falar da escritora e o conteúdo mostea ser uma obra dura, cheia de sofrimento num país onde o regime mudou mas as injustiças perduram.

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  5. Só a resenha já foi chocante, mas coloquei na minha lista de livros na Amazon. Tenho lido autoras africanas e gostado bastante da experiência.

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    1. pandora, eu tb tenho lido autoras do continente africano. e de outros países fora do continente para conhecer melhor outras culturas.

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  6. Oi menina! Dessa vez senti a paixão pelo livro nas tuas palavras. Deve ter mexido muito com você. Gosto de mulheres fortes, normalmente elas surgem quando os homens são ridículos como esse padre.

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    1. aleska, mexeu demais sim. livros escritos por mulheres mostram muito a fragilidade masculina e a força dasa mulheres.

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  7. Deve ser um livro bastante impactante como geralmente são os escritos por mulheres que narram histórias de mulheres fortes e sobreviventes sob um mundo ainda extremamente machista ainda mais levando em consideração outras culturas e sociedades.
    Enfim um livro atual que precisa ser lido.
    E eu já levo a indicação.

    Bjs Luli
    https://cafecomleituranarede.blogspot.com.br

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    1. luli, mostra por um ângulo que muitos livros não olham. acho fundamental.

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Cultura é vida!