quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Rota 66: A Polícia que Mata

Assisti a série Rota 66: A Polícia que Mata (2022) de Philippe Barcinsky e Diego Martins na Globoplay. Sabia que não seria fácil já que tinha lido há muito tempo o livro. A série é muito bem realizada. Humberto Carrão está muito bem como o Caco Barcellos. A adaptação é de Maria Camargo e Teodoro Poppovic.

Caco Barcellos pesquisou por muito tempo as inúmeras mortes pela polícia da Rota 66, uma polícia altamente letal. A investigação mostrou que dos 4200 mortos, 2200 eram inocentes. Infelizmente a pena de morte continua por alguns policiais, que sem ao menos saber quem é a pessoa que está na frente deles, julga, sentencia e mata em segundos, em uma grande maioria das vezes sem nem mesmo as pessoas estarem armadas como o caso da família que ia ao batizado ou da comerciante que tentou interferir na violência da polícia com suspeitos desarmados e pisaram no pescoço dela. Além de inúmeros outros casos. O livro fala da investigação do jornalista que teve vários processos por calúnia e difamação, Caco Barcellos foi inocentado de todos. 

A série mostra as pessoas, as famílias, a vida pessoal do jornalista que foi sistematicamente ameaçado e intimidado. Assustadora a hostilização armada no dia do lançamento do livro. O personagem do Aílton Graça era um policial da Rota 66, até que seu filho é executado quando ia comemorar sua formatura em direito. O elenco é incrível, muito corajosos os atores que aceitaram interpretar os monstros da Rota 66: Rômulo Braga, Ricardo Gelli e Rafael Lozano.
A série fala das mortes pelos olhares das mães, esposas, avós que passam a procurar seus parentes desaparecidos, ou a conviver com a denúncia de que eram bandidos. É muito doloroso ver o sofrimento dessas mulheres e das crianças. A série mostra a difícil trajetória de reconstrução de suas vidas e histórias, após essas tragédias. O elenco é incrível: Lara Tremonoux, Juan Queiroz, Wesley Guimarães, Adriano Garib, Magali Biff, Naruna Costa, Ariclenes Barroso, Gabriel Godoy, Nizo Neto, Adriana Lessa, Ana Cecília Costa, Virgínia Rosa e Augusto Madeira. Participam: Martha Meola e Maria Manoella.
Eu tinha me esquecido que o Caco Barcellos tinha feito a cobertura no massacre do Carandiru. A tropa de choque entrou e impediram familiares e a imprensa de entrar no local. Só conseguiram entrar depois. Recentemente tentaram perdoar os policiais do massacre, por sorte reverteram essa arbitrariedade e impunidade A série mostra mais o Humberto Carrão como repórter, no final que aparecem alguns trechos de matérias da época com o Caco Barcellos.

Beijos,
Pedrita

8 comentários:

  1. Acredito que seja uma série muito agradável de seguir
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    Cumprimentos poéticos.
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  2. Bom dia, Pedrita,

    O livro do Caco Barcelos, que nem é novo, diga-se de passagem, e agora esta obra, registram e confirmam que a nossa polícia está cheia de gente despreparada (na melhor das hipóteses, ou de psicopatas, na pior).
    Temos visto a revalidação desses fatos todos os dias. Mas há quem queira manter as coisas assim para sempre.

    Beijo e bom fim de semana

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    1. marly, exato, barcellos começou a investigar a polícia na ditadura, mas foi estendendo anos depois até a década de 80. assusta que muito policial ainda mata sem nem saber em quem está atirando, mesmo sem tiroteio, mesmo em desarmados, só pela cara.

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  3. Já queria muito assistir a série e fiquei ainda mais interessada depois da sua excelente resenha.

    Bjs Luli

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    1. luli, é difícil de ver, triste demais e pior, verídica.

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