segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Moçambique com Z de Zarolho de Manuel Mutimucuio

Terminei de ler Moçambique com Z de Zarolho (2022) de Manuel Mutimucuio da Dublinense. Esse livro foi muito elogiado quando lançado que quis muito ler e comprei em  uma Festa do Livro da USP. É incrível! Mas muito, muito triste.

O marcador de livros é magnético da Livraria Cultura.


Obra de Malangatana

Hohlo é o protagonista. Ele é empregado doméstico, mora muito longe do trabalho. O idioma oficial é o português que ele não domina. Boa parte da população fala o idioma original do país. Hohlo depois do trabalho vai para a escola estudar o português porque quer melhorar de vida. Só os que vivem bem são os que dominam o português. Muito inteligente como a narrativa é construída. Seu patrão é político e no parlamento terá a votação da mudança do idioma para o inglês. Os políticos querem o inglês que é o idioma dos computadores, do futuro e conseguem votar a mudança. É o início da tragédia de Hohlo, que livro triste.
Obra de Chichorro

Para o político, a mudança também interfere, mas ele tem contatos, consegue reverter o negativo do fato. O filho ganhou uma bolsa pra cursar faculdade em Portugal, mas ele e a esposa acham que será perda de tempo. Ele consegue inicialmente uma vaga na universidade do Quênia e depois é promovido a diplomata em Portugal.

Obra Dimensão (1972) de Bertina Lopes

A escola que Hohlo estudava muda o curso para o inglês, mas há poucos professores que sabem o idioma, então só conseguem vagas os que terão mais chance de futuro. Hohlo, com 27 anos, vai ter que esperar outra vaga. A cena de Hohlo tentando escolher uma roupa para ir a escola, já que a sua estragou, é de cortar o coração. Enfim, uma sucessão de infortúnios vão acontecendo, que livro triste.


Manuel Mutimucuio é moçambicano, doutor em Governação e Economia Política das Instituições pela Universidade de Coimbra e atua como consultor internacional de gestão de recursos naturais. Suas obras buscam a análise social e seus questionamentos.

Recentemente eu tinha ouvido que o Timor, após a independência, tinha instituído o idioma da terra como oficial, excluindo o do colonizador. Fiquei querendo entender melhor e acabei me deparando com esse livro que mostra o impacto do idioma na vida da população.

Beijos,
Pedrita

2 comentários:

  1. Este livro me parece ser interessante, gostei do post.

    Arthur Claro
    http://www.arthur-claro.blogspot.com

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  2. Oi, Pedrita, achei a sinopse muito interessante. E achei bom você ter apresentado um autor novo.

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