terça-feira, 28 de outubro de 2025

Uma Mulher Sem Filtro

Assisti Uma Mulher Sem Filtro (2025) de Arthur Fontes na Netflix. Eu queria muito ver esse filme. Adoro a Fabíula Nascimento e me interessei pela temática mesmo não gostando de comédias. Gostei bastante! O roteiro é baseado no filme Sem Filtro do chileno Nicolás López, adaptado por Tati Bernardi. Fiquei com vontade de ver o chileno para identificar as diferenças culturais.


 

Fabíula é uma dessas mulheres que não sabe dizer não, como tantas por aí. Ela é uma jornalista respeitada, mas seu chefe nunca deu aumento em 10 anos e pior, contrata uma influencer para ser a supervisora dela, da ótima Camila Queiroz.

A supervisora pede que Bia vá entrevistar a Deusa Xana, da excelente Polly Marinho que só massageia a jornalista e fala que ela precisa se soltar, que está com toda a raiva represada. Funciona bem esse recurso na comédia já que uma terapia é eficaz, mas leva mais tempo.

E claro, Bia sai sem filtro. Sim, ela passa do ponto algumas vezes, mas finalmente se coloca e como é filme, boa parte das vezes ela consegue o entendimento do outro depois do não. Ela consegue finalmente mandar o marido pra fora de casa, do ótimo Emílio Dantas que também adoro. Os dois atores são casados e tem dois filhos lindos. No filme ele é um encostado. Se diz artista bloqueado e com isso não faz nada, não trabalha, não é um adulto funcional e pior, o filho adolescente vive no apartamento e é igual, só suja, faz o que quer. Os dois são postos pra fora. Samuel de Assis é o colega de trabalho da Bia. Júlia Rabello a irmã. Luana Martau a vizinha folgada. Ainda no elenco estão Louise D´Tuani e Caito Manier.
Depois de passar do ponto algumas vezes, ela volta pra pedir desculpas, mas se posicionando. Que bom que o filme é diferente da vida real. Em geral assim que alguém se posiciona, as relações costumam não ter volta, porque o que gosta da obediência do outro, vai procurar alguém pra ocupar aquele lugar. E que bom que esse filme existe em tempos de retrocesso, em que muitas mulheres vem dando curso de obediência para outras mulheres.


Beijos,
Pedrita

12 comentários:

  1. Boa tarde Pedrita. Obrigado pela dica.

    ResponderExcluir
  2. Parece interessante e os assuntos abordados são atuais.

    Beijo

    ResponderExcluir
  3. Também gosto muito da atriz. Adorei a indicação do filme. Vou assistir. Obrigada!

    ResponderExcluir
  4. Pedrita,

    Seu texto é um prazer de ler lúcido, espirituoso e cheio de observações que vão além do enredo. Você transforma uma simples resenha em reflexão social, e faz isso com uma naturalidade admirável.

    Adorei como você aborda Uma Mulher Sem Filtro não apenas como comédia, mas como um espelho de tantas mulheres reais que ainda lutam para se colocar no mundo sem culpa. Sua leitura vai fundo: você percebe as nuances do humor, mas também a dor e a libertação que vêm quando alguém finalmente se permite dizer “não”.

    Há um equilíbrio muito bonito entre o olhar crítico e o afeto por Fabíula Nascimento, pela personagem Bia, e até pela ideia de que o cinema pode nos ajudar a questionar papéis e limites. E o final do seu texto é uma verdadeira flecha de consciência: esse contraste entre o “filme” e “a vida real” é uma observação precisa e necessária.

    Você escreve como quem conversa, mas entrega pensamento de quem reflete e é isso que faz da sua crítica um texto forte, feminino e atual.

    Com carinho e admiração,
    Fernanda

    ResponderExcluir
  5. Deve ser muito bom, achei a premissa bastante interessante e levo a indicação.
    Por muito tempo não entendia porque algumas pessoas tem dificuldade em dizer não. É tão mais simples. A questão são as pessoas que não estão preparadas para "ouvir" o não 😔
    Tema atemporal e reflexão necessária.
    Excelente sua resenha.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. luli, acho que vai gostar. eu sou dessas pessoas q tem dificuldade de dizer não. sempre fico preocupada com o problema da pessoa.

      Excluir
  6. Está na lista ainda.
    Pedrita, na minha Postagem de hoje tem uma TAG pra vc responder. Beijo,

    ResponderExcluir

Cultura é vida!