A protagonista é uma dona de casa. O filme começa com ela preparando uma festa. É muito detalhista, coloca a faixa de Parabéns! Bolas. A casa enche de gente e ela não descansa um minuto até a hora do bolo. E pasmem, a festa era do aniversário dela, mas ela só servia. Fiquei na dúvida se ela era daquelas mulheres que não deixa ninguém fazer nada, muito detalhista, que é centralizadora. A escravidão dela incomoda demais. Terminada a festa ela vai arrumar tudo e só de manhã, com a casa toda arrumada, é que vai comer o pedaço de bolo do seu bolo. Muito assustador! Kelly Macdonald está impressionante!
Entre os presentes está um celular, mas ela não gosta e não se adapta. Ela vê então um quebra cabeça de 1000 peças e o monta muito rapidamente. Monta o mesmo mais algumas vezes, liga para a amiga que a presenteou, mas foi em uma loja em Nova York, ela não viaja há anos. Mas a vontade de ter mais um quebra cabeça é mais forte, então ela vai de trem. Na loja há uma anúncio de uma pessoa procurando um partner para montar quebra cabeça. Ela entra em contato e passa a treinar com essa pessoa para participar de um concurso. Ele é interpretado pelo indiano Irffan Khan.
O roteiro é muito delicado. Aos poucos ela vai mudando, já que não consegue ser mais tão eficiente nos cuidados domésticos, atrasa, esquece produtos que a família gosta. A família é uma sanguessuga. Ela tem dois filhos homens adolescentes (Bubba Weiler e Austin Abrams) e o marido (David Denman), todos estão acostumados que ela cuida de tudo, os acorda de manhã, prepara o café, compra os produtos, nada falta. Ela esconde que duas vezes por semana viaja para treinar para o concurso. O filme é muito feminino, feminista. O filho dela precisa fazer uma redação sobre quem é, seus planos, a mãe encontra e lê e fica chocada com o olhar que o filho tem dela. Interessante que ela lê a carta para o parceiro de quebra cabeças e ele diz que o filho a vê totalmente errada, que ela não é nada daquilo, já que ele nunca conheceu aquela mulher da carta que é praticamente um divisor de águas no comportamento dela. Tudo o que vinha sutilmente mudando-a parece que toma forma. Aos poucos ela começa a dizer não, passa a dizer que não está pedindo autorização, que só está comunicando. Passa a dizer o que pensa das escolhas dos filhos, do marido, a se posicionar, mas é delicado e sutil. A condução da trama é de uma delicadeza emocionante. Outra obra que mexeu demasiadamente e está deixando rastros e pensamentos dias depois. Gostei demais do desfecho também!
Beijos,
Pedrita
Ainda não conhecia o filme, mas achei o enredo divertido!
ResponderExcluirAdorei a dica
Beijos boa semana
www.bellapagina.blogspot.com.br
bella, eu fiquei encantada com o filme.
ExcluirVou tentar ver este filme. A premissa me pareceu ser a seguinte: impedimos as pessoas de nos conhecerem e de conhecerem o mundo, quando satisfazemos a todas as necessidades delas, sem levá-las a ver o quanto isso nos custa.
ResponderExcluirTal modo de agir acaba sendo problemático, porque os beneficiados por nossos sacrifícios só poderão avaliar o significado deles (ou seja o motivo e o custo depois que cessarem).
marly, sim, essa é uma leitura do filme. acho que vai gostar muito. foi uma grata surpresa.
ExcluirOlá, querida Pedrita!
ResponderExcluirPela resenha é um filme incrível mesmo, obrigada pela partilha!
Beijinhos e ótimo findes ♥
andréa, acho q vc vai gostar muito. o filme é libertador.
ExcluirOlá Pedrita
ResponderExcluirTambém amei o filme!
De uma delicadeza, sutileza e sensibilidade extraordinárias.
Talvez eu usasse a palavra que ela usa no filme como definição: transformador.
Acho que de certa forma foi o que aconteceu, uma transformação.
Ela começa o filme sem vida própria de então aos poucos vai ganhando voz.
Adorei a passagem que você citou em que ela (que antes dizia ir cuidar da tia) diz que não está pedindo autorização e sim comunicando.
Mesmo os outros personagens vão amadurecendo. Um filho diz que vai fazer um ano sabático. O outro faculdade de gastronomia. O marido tira o caco de vidro do pé dela com delicadeza. E o parceiro da dupla diz na hora da competição que ela é rebelde.
Aaaaaaahhhhh que fofo ele a chamava de Mata Hari e Agnes(ha) 😉😉
Ótimo fds pra ti
Bjs Luli
https://cafecomleituranarede.blogspot.com.br
luli, é muito bom dividir obras com quem viu tb. sim, o filme é muito sutil em abordar algo tão sério como o abafamento dos sentimentos e decisões. verdade, ela consegue muito mais ajudar os filhos qd passa a se colocar do q qd ela se silencia. verdade, tinha até esquecido do mata, que era o sobrenome de solteira hahahaha, a mata hari hahahahahaha. ótimo fim de semana pra vc tb.
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