quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Está Tudo Certo

Assisti Está Tudo Certo (2018) de Eva Trobisch na Netflix. Então, na verdade, não está nada certo. A protagonista, interpretada maravilhosamente por Aenne Schwarz, tenta o tempo todo acreditar que está tudo certo e diz isso pras pessoas após um estupro, mas não, não está nada certo. Ela está mesmo querendo viver como se nada tivesse acontecido. Que filme doloroso! Realista! Julgar menos e acolher mais deveria ser a máxima de todos nós.

Antes mesmo do estupro, a vida da jovem não está nada certo. Ela e o marido (Andreas Döhler) resolveram se mudar para uma casa em outra cidade. Casa que não tem nada, precisa de um mínimo de reforma, tudo está caindo aos pedaços. Igual a empresa do marido. Eles estão falidos. Ela acaba aceitando um emprego. O marido tem insuportáveis alterações de humor que ela sempre desculpa. Diz pra polícia que tenta intervir que ela sabe lidar com ele, que está tudo bem e que nunca está. Ele e a mãe dela (Lina Wendel) são insuportáveis. Após a briga, porque ele fica com ódio que ela aceitou o emprego, ele some 5 dias sem atender ao telefone. A mãe dela tem o mesmo mal hábito.
Ela volta para a casa que moravam pra pegar umas coisas e pra ir a uma festa com amigos. Lá ela conhece um homem (Hans Löw) amigo do grupo, fala que ele pode dormir na sala e quando prepara a sala pra ele dormir, ele vai forçando a barra pra ter relações sexuais com ela, até estuprá-la. Ela começa a trabalhar e descobre que o homem é da mesma empresa que ela vai trabalhar. Pra piorar, ela descobre que está grávida. Na Alemanha o aborto é permitido. A protagonista conta ao estuprador que ela tem que passar por uma psicóloga e esperar uns dias pra ver se muda de ideia e não fazer por impulso. Aí as violências a essa mulher vão se acumulando. Ela descobre na hora do procedimento que ela não pode ir sozinha, que precisa de companhia até voltar da anestesia. Ela chama a mãe que sabia do que tinha acontecido com a filha. E quando acorda quem está lá? O marido. A mãe não podia ir e manda o marido, que claro, fica possesso, já que ele não sabia de nada e acha que o filho era dele. Eu fui ficando tão revoltada com a série de violências que essa mulher está sofrendo. Fiquei impactada demais. No final, ela já bem fora de si, é que finalmente consegue dizer não a um acontecimento banal do cotidiano. Que filme dilacerante! Não, não está nada certo!

Beijos,
Pedrita

14 comentários:

  1. Pode ser doloroso e ao mesmo tempo muito bom de ver.
    .
    Uma semana feliz
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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  2. Deve ser absolutamente impactante 😢😢 fui ficando indignada enquanto fui lendo.
    Não, não está nada bem!
    Um suspiro de alívio por ela ter tido coragem de dizer não no final para um acontecimento banal
    Levo já a indicação
    Sua resenha está perfeita.

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    1. luli, eu não leria se não vi hahahaha. exato, ela tenta o tempo todo se enganar q passou, tá tudo bem, mas não está. ah, o final não ajuda hahahahaha. veja, mas esteja preparada, é muito sofrimento.

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  3. Se o filme é dilacerante , não me entusiasma!:)
    -
    Sentem-se os ventos de mudança

    Beijos
    Boa tarde!

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  4. Eu assisti a este filme. E o achei também angustiante. A situação das mulheres no mundo ainda é - em muitos aspectos - de opressão. Ainda teremos que lutar muito para alcançarmos mais respeito e mais liberdade.

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    1. marly, eu gostei q aborda um tema muito criticado socialmente. q aparentemente ela não ligou ao fato. na verdade ela estava tentando fingir que não aconteceu pra seguir em frente. não estava indiferente.

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  5. Meu primeiro comentario escapuliu. Concordo enfim, que a situação da mulher no mundo ainda precisa evoluir. Mas ha um trabalho interno de cada uma de nós também. É duro ser humano. Mais duro ainda uma mulher em terras tao machistas.

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  6. Boa tarde Pedrita. Obrigado pela dica.

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  7. Esse tipo de filme, eu passo. Tô procurando temas mais leves.
    big beijos

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