quarta-feira, 5 de junho de 2024

Amores de Leonor de Recondo

Terminei de ler Amores (2015) de Leonor de Recondo da Dublinense. Quando estive na última Festa do Livro da USP, a vendedora me sugeriu esse, nossa, acertou em cheio, que livro, absolutamente impactada. Daqueles que queremos que todos leiam. A edição de Luisa Zardo é primorosa, que livro lindo e que capa bonita. Interessante que pela capa e pelos pré-conceitos, alguns disseram que seria bom eu ler um livro leve. O que Amores não tem é leveza, principalmente na primeira parte. Incrível como acham que um livro escrito por mulheres, da época dos espartilhos, de silêncios nunca revelados, seria um livro leve. 

O marcador de Livros tem um trecho da obra Dama com Leque de Gustav Klint

Obra Uma jovem sentada perto de uma janela de Marie-Denise Villers

O livro começa com um estupro. Céleste, uma funcionária da casa, é abusada de todas as maneiras na primeira parte do livro. Como se fosse um objeto mal cuidado da casa. É muito jovem e vive nas sombras. Ela engravida, a esposa percebe que é do marido e chama, sem consultar a jovem, uma tecedora de anjos. Céleste estava feliz com a gravidez, mas decidem por ela que a criança não nascerá. Só que não dá certo, ela está de seis meses. Então a esposa decide e comunica ao marido que o filho será deles. Que Céleste entregará a criança assim que nascer. Novamente sem consultá-la. Céleste só é comunicada depois dos dois decidirem. O corpo da Céleste é dos seus empregadores, que usam e abusam dele como bem lhes aprovem. Infelizmente até hoje patrões usufruem de seus serviçais que lhes devem obediência.
Obra Retrato de uma mulher ao piano de Adèle Romany.

No meio o livro tem uma reviravolta impressionante e surpreendente. Fica lindamente poético, romântico e inesperado. Me emocionei várias vezes em toda a obra. Quero ler outros livros dessa autora.


Beijos,
Pedrita

8 comentários:

  1. Quero ler este livro, rsrs. A estória parece abordar temas que sempre foram do meu interesse.

    Beijo

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  2. Deve ser duro, nunca ouvira falar da autora, agora estou num período que livros duros de vivência doméstica me é difícil digerir.

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    1. carlos, é forte. a primeira parte incomoda mais, depois fica muito poético. mas talvez não seja mesmo o momento.

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  3. nao conheço amiga linda obrigada pelo seu carinho pelo o caozinho ele ja esta a ficar um pouco melhor graça a deus agora é com o tempo mas agradeço muito bjs desejo um feliz fim de semana saude

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    1. isa, que bom que o caozinho está melhor. fiquem bem.

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  4. Não conhecia a obra nem a autora.
    Fiquei muito impactada com sua maravilhosa resenha e levo a indicação com CERTEZA.

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