terça-feira, 4 de junho de 2024

O Traidor

Assisti O Traidor (2019) de Marco Bellocchio no Canal Brasil. O canal resolveu fazer uma programação dos filmes que passaram pelo Festival de Cannes. Vi esse e fui procurar no streaming. Tinha tempo que via o pôster, mas não me animava porque é um filme de máfia. Tenho uma preguiça enorme sob o assunto e mais preguiça ainda pela fixação cinematográfica depois de O Poderoso Chefão. Esse é uma coprodução entre Itália, Brasil, Alemanha e França.

E sim, Maria Fernanda Cândido está no elenco. Ela é a esposa do traidor que é interpretado por Pierfrancesco Favino. O filme conta a história de Tomasso Bucetta, mafioso do Cosa Nostra que delatou seus companheiros. O filme é demasiadamente logo, ainda mais para quem não gosta de filmes de mafiosos como eu. Duas horas e meia intermináveis. Vi picadinho pra conseguir dar conta. Começa com uma festa do Cosa Nostra com todos eles reunidos. O filho de Tomasso está viciado em heroína.

Os julgamentos são inacreditáveis de tão anárquicos. No julgamento, outro delator conta que as violências entre eles intensificaram com a chegada da heroína. Eles ficaram milionários com o controle do tráfico de heroína.

Fui até checar se foram retratados como apareceu no filme, e sim, foram. As famílias ficavam em celas separadas atrás. E como na foto acima do filme, os delatores na frente.

A foto é da AP.
Após a festa inicial, Tomasso resolve vir morar no Brasil. Como aqui, os italianos são muito machistas e quando tem dinheiro, vão colecionando mulheres e filhos, com esposas cada vez mais jovens. Então ele vem ao Brasil com os filhos pequenos da última esposa, mas na Itália ficam seus filhos mais velhos, já adultos. Na Itália então começa uma verdadeira carnificina entre os integrantes do Cosa Nostra e os filhos do Tomasso que estão lá são executados cruelmente. Não podemos esquecer, e o filme não mostra, que a máfia matava a tudo e a todos pelo poder. O filme coloca a carnificina entre eles, entre as famílias, mas é meio hipócrita ignorar que eles mataram como quiseram cidadãos que atravessam o seu caminho em toda a trajetória do Cosa Nostra.
Tomasso é preso e torturado no Brasil, tenta se matar inclusive se envenenando com estricnina, sem sucesso, e fica com sequelas. É extraditado ao Brasil, passa conversas e conversas delatando seus pares, familiares e "amigos", até os intermináveis julgamentos. Enquanto a maioria dos integrantes do Cosa Nostra se ferraram e ficaram em prisões de segurança máxima, vários em prisão perpétua, Tomasso foi ficar livre, em exílio nos Estados Unidos, com a família. Tomasso morreu muitos anos depois de câncer. Esse fato só é escrito no final do filme.
Beijos,
Pedrita

8 comentários:

  1. Boa tarde. Uma excelente terça-feira. Obrigado pela dica.

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  2. Acho que o maior interesse desses artistas em produzir esse filme se deveu a dois fatos: o mafioso morou no Brasil e ele foi o primeiro a trair o juramento que os membros da máfia fazem ao entrar na 'organização'. Ao ler o nome Buscetta, eu me lembro que o povo da mídia falada pronunciava Busqueta, rsrs.

    Beijo

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    1. marly, muitos cineastas ficam interessados pelo tema qd filmes fazem sucesso como foi o poderoso chefão. e acho q tb pq como vc disse, foi notícia e são fatos. mas o filme é chato. sim, achei matérias ensinando como se fala o sobrenome do mafioso. pra jornalistas pode servir, mas não ligo a mínima da pronúncia de um sobrenome de mafioso.

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    2. Eu também não me interesso por nomes de mafiosos. Porém, inventaram aqui uma pronúncia errada para que não soasse igual aquela palavra que é considerada 'pornográfica', o que é risível.

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    3. exato, apesar q os filhos moravam e estudavam aqui, simpático não constranger as crianças. sim, acho que há uma romantização da máfia. embora esse filme não romantize muito. apesar q ele fica meio como herói pq entregou os seus pares.

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  3. Esse vou passar querida Pê.
    Assim como você não gosto de filmes de máfia, acho um horror essa romantização sem noção do tema e pra piorar o que é ruim , é muito longo 😕

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    1. luli, sim, acho esse meio estranho. e não curto filmes de máfia. vi mesmo pela maria fernanda cândido e pq o diretor é famoso. mas faz bem em passar. é chato.

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