sábado, 15 de abril de 2017

Órfãos do Eldorado

Terminei de ler Órfãos do Eldorado (2008) de Milton Hatoum da Companhia das Letras. Eu adoro esse autor e quis ler esse livro porque há um filme dele que ainda não consegui ver. Quando o filme veio para a tv a cabo gravei e comprei o livro em um sebo para ler antes. E os dois ficaram aguardando. Lindíssima essa capa! Uma foto do maravilhoso Luiz Braga, Janela em Marabá (2005).

O Curupira de Moacir Andrade

O livro começa com um narrador, ele mistura a sua história com as lendas que ouviu dizer ou que contaram a ele. Órfãos do Eldorado tem um texto todo poético, misturando lendas e relatos, fatos e fragmentos. No início várias lendas foram contadas na infância e não são lendas fáceis, são trágicas e fortes. Em um momento o algo aconteceu com o navio, nosso protagonista tem uma grande dificuldade de saber o que aconteceu porque muitas histórias parecem lendas, invenções. Algo aconteceu que o pai coloca o filho em uma pensão, o pai não quer mais o filho vivendo com ele. Nunca entendo esses castigos excessivos dos pais. Nunca mais o pai fala com o filho e descobrimos que não foi nada tão grave assim que um fim de semana sem falar e de bronca não passaria a raiva. Sempre acho que pais violentos assim na verdade queriam mesmo era uma desculpa para se livrar dos filhos. O inverso também acontece, talvez até com mais frequência.
Obra de Pedro Falabella

Aos poucos vamos conhecendo a sua história. O rapaz acaba não fazendo nada. É um amigo do pai que estimula ele a ir estudar direito, ele começa mas larga. Ele se apaixona por Dinaura, a bela órfã. Tudo é mágico e triste nessa história de uma profunda solidão.

Beijos,
Pedrita

18 comentários:

  1. Nunca ouvira falar do escritor, é brasileiro?

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    1. carlos, é brasileiro, de manaus. um dos meus escritores favoritos. acho que vai gostar.

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  2. Eu comprei o "Dois irmãos", do Hatoum, faz tempo, mas ainda não tive oportunidade de lê-lo. A obra resenhada eu não conhecia.

    Beijoca

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  3. Hello, Pedrita!
    Por isso que gosto do seu cantinho sempre há uma nova descoberta!
    Gostei da resenha!

    Beijinhos

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  4. A capa do livro é linda(Janela em Marabá).
    Nunca li Milton Hataum.
    Acho que não vou entender e não vou gostar.

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    1. liliane, esse foto do luiz braga é linda e combinou muito com a cor da capa. hatoum é maravilhoso e tenho quase certeza q ia gostar. espero que cecília melhore.

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  5. As vezes seu blog demora um tempo enorme para abrir.
    E outro tempo enorme para meu comentário seguir.
    Não sei se é no Firefox.
    Vou observar quando abro no Google.

    Preocupada ainda com Cecília.

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  6. Ainda não conheço os livros dele. Talvez eu comece por esse.

    Linda a capa mesmo!

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  7. Oláááááá Pedrita
    Ainda não sei se gosto ou não da escrita de Hatoum rsrs
    Ele mesmo em entrevistas não se reconhece como autor de "realismo fantástico", mas sem dúvida há muito disso em sua narrativa.
    Histórias de desencontros, idas e vindas no tempo, "causos" e lendas, e "um que se faz dois": história-mito, realidade/imaginação,lenda/verdade, sono/vigília.
    Eu levei um tempão achando que Dinaura não era real :/
    E há em suas obras a presença indígena também cercada de mistérios e silêncios, pessoas cujos passos se fazem determinantes na obra.
    Foge da temática de "Um certo Oriente" e "Dois Irmãos" (Você assistiu a série na Globo?) mas não foge do aspecto psicológico e fortunas que foram construídas em uma geração e se perderam na geração seguinte.
    Usando a palavra modinha eu diria que é sobre (a falta) de empoderamento do protagonista.
    O filme segue o mesmo esquema, Daniel Oliveira e Dira Paes construíram muito bem seus personagens.
    Ahhhh essa capa do livro é mesmo linda <3

    Uma Feliz Páscoa pra ti
    Bjs Luli
    Café com Leitura na Rede

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    1. luli, hatoum está entre meus escritores preferidos. concordo, ele mistura muito lenda com a realidade. mas são realistas. ah, tb cheguei a achar que a dinaura era uma alucinação do rio. odiei a série. vi pouco pq acabaram com o livro. e hatoum fala do fim da era da borracha que não havia meio de sobreviver. famílias perderam fortuna mesmo as que os filhos sabiam cuidar do patrimônio. fala-se muito disso em manaus pq os casarões continuam, mas os ricos acabaram, ou foram embora. fui ver o filme e gravou pouco. deve ter dado algum problema. e não está previsto passar de novo. vou ter q aguardar.

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  8. Eu gosto muito desse autor. Quero ler Cinzas do Norte.

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  9. Não conheço as obras desse autor. Boa dica.
    Feliz Páscoa.
    Big beijos

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  10. Que obra maravilhosa amei a resenha, não conhecia uma ótima dica,
    desejo a você e sua família feliz Páscoa.
    Blog:https://arrasandonobatomvermelho.blogspot.com.br
    Canal:https://www.youtube.com/watch?v=DmO8csZDARM

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