domingo, 24 de fevereiro de 2019

O Coração das Trevas de Joseph Conrad

Terminei de ler O Coração das Trevas (1899) de Joseph Conrad da coleção Clássicos da Abril Coleções que vendiam em bancas por R$ 14,90. Eu não tinha gostado de Lord Jim, incrivelmente bem escrito, mas eu não tenho identificação alguma com obras de aventuras, ainda mais quando matam animais, nativos.


O Navio Negreiro de William Turner

O Coração das Trevas não é diferente. É sobre uma expedição à África para um país governado pela Bélgica. Foram buscar marfim, portanto mataram inúmeros elefantes. Os negros escravizados ajudam no processo e sofrem barbaridades. Então é difícil torcer pelo barco, por Kurtz e pelo protagonista, fiquei torcendo para todos se darem muito mal. E desejando que os negros pudessem se embrenhar na floresta e serem livres. Pena que os elefantes estavam mortos e esse trágico destino não dava pra mudar. Talvez eu torcesse mesmo para que antes mesmo de matarem os elefantes os tripulantes fossem mortos e os negros fossem libertados. Então toda a trama depois fica irritante. Sim, é incrível um escritor colocar em palavras uma expedição, os detalhes das matas, mas detesto a temática colonizadora.


Beijos,
Pedrita

17 comentários:

  1. Lindo coro para um início de domingo.

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  2. Eu adorei este livro, é triste, mas sem dúvida uma forma muito estilizada de mostrar a loucura humana que levou ao genocídio de 10 milhões de pessoas pela Bélgica, pós época das luzes, quando na Europa progredia o humanismo e era tabu falar-se do que se passou no Congo. O contexto da obra vale tanto quanto a qualidade da escrita de Conrad nesta denúncia

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    1. carlos, nós sabemos dos horrores, mas não sei se o autor fez como denúncia. não parecia muito se importar com os negros, em raros momentos, se importou mesmo com o colonizador kurtz e sua viúva.

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  3. Este livro serviu de inspiração para Francis Ford Coppola criar "Apocalipse Now".

    Bjs

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    1. hugo, sim, talvez só por isso elogiem o livro nos dias de hj.

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  4. OLá, tudo bem? Neste sábado, fui ao Kinoplex Itaim. Assisti Green Book: O Guia. Ótimo filme. É o melhor da relação dos oito finalistas do Oscar. Fica aqui minha torcida. Saí todo emocionado do cinema e as pessoas olhando para mim... Pago esses micos. Rs... Recomendo! Bjs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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  5. Ainda não conhecia o livro, mas pela resenha fiquei curiosa para ler.

    Beijos boa semana
    Www.bellapagina.blogspot.com.br

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  6. Este livro é espetacular! Nele Joseph Conrad combina a arte de bem escrever com denúncia (mas é uma denúncia velada); mostra a dualidade civilidade (europeia) X primitivismo (congolês), revelando, aos poucos, que o primitivo ali era muito menos destrutivo e brutal que o civilizado. Vemos também os crimes e horrores cometidos pelos colonizadores, contra os nativos, que só podiam enxergar, nas ações destes, "uma desgraça insolúvel" vinda do mar. As palavras: "é o horror, o horror!" resumem o que aconteceu no Congo, na época na colonização belga.

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    1. marçy, não achei, eu achei igual a lord jim, perseguição a animais e visão colonialista. acho que nós que vemos os abusos colonialistas o autor não, muito pelo contrário.

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  7. Olá Pedrita
    Esse eu passo, não sei administrar maus tratos com os animais :(
    Uma vez assisti um documentário sobre elefantes e o tráfico de marfim, bebês elefantes sendo mortos, chorei de desidratar 😢😢
    Tenho pesadelos até hoje com isso.
    Com certeza mesmo sem ler já torço pra que os tripulantes se deem mal antes de chegarem a cometer esses crimes bárbaros :(
    Bjs Luli
    https://cafecomleituranarede.blogspot.com.br

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    1. luli, exatamente, lord jim é sobre a perseguição a uma baleia e os velejadores ganhando e a caçando. pelo menos nesse livro que li agora o marfim já está com os colonizadores, não falam dos horrores em retirá-los. mas não adianta, eu sei o que aconteceu para esse marfim estar com eles. tb queria q eles se dessem mal o q não acontece, até ficam com pena do monstro colonizador que morre.

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  8. O autor não precisa de dizer a sua opinião, basta relatar, mesmo que ficcionadamente, o que quer comunicar para denunciar, não foi preciso ele colocar a sua opinião, até porque quando em criança fez a viagem que veio a relatar como adulto se não o tivesse chocado tanto não a teria escrito com tanta força e a obra não precisou do Apocalipse Now para se tornar famosa. Ela chocou logo no século XIX, nos anos 30 estava em cinema pela sua força. Este Polaco não vinha de um país colonialista, mas escreveu este romance no reino mais colonialista do planeta.

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