quinta-feira, 12 de maio de 2022

João Miguel de Rachel de Queiroz

Terminei de ler João Miguel (1932) de Rachel de Queiroz. Comprei em um sebo! Faz tempo que procuro um livro dessa autora sem sucesso e com isso acabo adquirindo outros. Eu fiquei fascinada que esse livro está cheio de anotações na primeira página. Até pesquisei o nome da antiga proprietária dele, mas há muitas mulheres com o mesmo nome e sobrenome. Há também vários nomes e telefones, com a quantidade de números antigos. Quanta curiosidade para saber quem são.

O marcador de livro é da Livraria Cultura.
 

Obra Bento Preso na Bahia de Guido Mondin

Eu fico fascinada o que faz um autor escolher os temas de seus livros. É mais comum falar do seu universo, daquilo que conhece. Rachel de Queiroz sempre me surpreendeu por ser diferente. Esse é o segundo livro da autora. Com 22 anos, ela criou um personagem que comete um crime. Começa o livro ele atônito após ter enfiado a faca em um homem. Ele não tem muita consciência do que fez e é preso. O livro é o tempo que esse homem fica preso. Nas prisões do passado e de uma cidade do interior. Poucos presos, cada um em uma cela. Após o julgamento os presos só precisavam ir pra dormir, não por lei, mas por hábito.
Obra Caipira (1893) de Almeida Júnior

O livro termina após o julgamento e o réu é absolvido. Não ficamos sabendo mais nada dali em diante. Que fascinante!

Beijos,
Pedrita

12 comentários:

  1. Acredito que seja um livro com uma narrativa fascinante de ler.
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    Cumprimentos poéticos.
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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  2. Rachel de Queiroz era realmente genial. Começou com 19 anos, quando lançou O Quinze, livro em que registra a seca ocorrida no nordeste em 1915.
    A pintura "Caipira picando fumo" (última imagem antes do vídeo) sempre me impressionou. E não apenas por retratar muito bem o caboclo que todos conhecemos, mas, principalmente por registrar um certo desalento social brasileiro.

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    1. marly, exato, com 23 anos escreve a história de um assassino. sem cores fortes, só os dias dele na prisão. e parece demais com a obra do caipira, ficava ali passando os dias, nem sempre dentro da cela.

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  3. Como acabei de ler Dostoievski este postal fez-me lembrar que ainda não li "memórias da casa dos mortos" sobre a sua experiência no cárcere. Nunca li Rachel Queiroz, raramente compro livros que não tenha listado comprar, mesmo em alfarrabistas (sebos).

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    1. carlos, tb não li esse do dostoievski. acho q vc ia gostar muito de rachel de queiroz. tem alguns autores que eu compro qq livro que encontrar, mesmo não sendo o da lista.

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  4. Que riqueza, Pedrita! Um livro cheio de grifos e anotações é mesmo uma riqueza. Bj,

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    1. liliane, eu sempre penso isso qd acho livros rabiscados. sempre penso em vc.

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  5. Deve ser fascinante conhecer a escrita da autora assim do início de sua vida cultural.
    E como conduz a obra de maneira linear porém envolvente.
    Tbm sou apaixonada por livros comprados em sebos principalmente os grifados.
    Me fazem criar um filme na cabeça sobre o leitor anterior ❤

    Bjs Luli

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    1. luli, e um tema tão distante de uma jovem de 22 anos. sim, sempre quero descobrir a história do livro e de quem tinha o livro. há inclusive uma declaração de amor.

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