quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Garota Exemplar de Gillian Flynn

Terminei de ler A Garota Exemplar (2012) de Gillian Flynn da Intrínseca. Queria muito ler esse livro desde que vi o incrível filme de nome homônimo. O filme está atualmente na Netflix, eu vi no TelecinePlay. Achei o roteiro incrível então concorri toda sexta aos sorteios de livros da editora. Até que o livro apareceu em promoção e comprei.

O marcador de livros é de ioga.


 

Obra Medea (2019-2020) de Beverly Pepper

A autora é uma jornalista americana então ela cria o protagonista como um jornalista americano. Me identifiquei muito dela falando da primeira crise em 2009, com as inúmeras demissões nas redações, e depois com os sucessivos fechamentos de veículos. O protagonista não é demitido na primeira leva, mas sim na segunda. Sem conseguir emprego, como vem acontecendo com o jornalismo, ele resolve voltar a sua cidade provinciana.

Obra (2019) de Mary Corse

Sua esposa teve uma vida muito confortável porque os seus pais escreveram o livro Amy Exemplar e ganharam muito dinheiro com isso. O livro era sobre sua filha na infância. Pelo grande sucesso da obra, ela virou celebridade e adorada por todos. A doce Amy. Ela adorava a vida com o marido, um jornalista badalado, bonito e bem de vida. Quando eles seguem pra vida provinciana ela começa a se irritar. O pouco dinheiro que tinha guardado do espólio dos livros ela entrega aos pais que se endividaram porque viviam esbanjando e a fonte secou e para o seu marido abrir um bar de interior.
Obra Square Center (2012) de Mary Obering

O livro começa com o desaparecimento da esposa. O marido desesperado ajuda a polícia na investigação e torna-se o principal suspeito.
Eu adoro as ironias do livro. Os pais que empobreceram voltam a ganhar muito dinheiro que volta a vender após o sumiço da filha. E com a volta da filha eles escrevem um livro sobre os fatos, quer dizer, sobre a invenção dos fatos pra ganhar mais ainda.

Obra de Kathleen Kucka

O que mais gosto nesse livro é abordar como a mídia interfere em tudo, analisa, julga e condena com o que encontra. A polícia acredita em um diário escrito pela esposa que o marido é violento. A opinião pública acredita nas matérias sensacionalistas. Todos são manipulados de alguma forma. A própria garota exemplar é uma invenção dos pais da criança, não é a criança, mas todos acreditam que a menina é o que o livro conta. Essa atualidade do livro eu acho fantástico. É possível inúmeros debates pra nós sempre refletirmos dez vezes com o que vemos, lemos e ouvimos. E atualmente com as redes sociais mais ainda. Personagens são criados em profusão sem nunca sabermos se aquela realidade mostrada é real ou ficção, se é pra impressionar ou manipular, para dar mais engajamento. Gosto da ironia do livro de mostrar que somos reféns desse sistema, sem possibilidade de salvação.

Agora quero ver o filme novamente.
Beijos,
Pedrita

12 comentários:

  1. Decerto um livro muito interessante de ler
    *
    Abraço/beijinho.
    */*
    Poema: Amores esquecidos
    */*

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  2. Boa tarde de sexta-feira e bom início de mês de dezembro. Obrigado pela visita e dica.

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  3. Nunca li nada dela, embora a conheça de nome, sobretudo pelo livro Objetos Cortantes. Este em Portugal teve o título de Em parte Incerta.

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    1. carlos, agora quero ler objetos cortantes, o texto dela é ótimo. um thriller e tanto.

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  4. Pois é, os meios de comunicação detêm o controle de todas as coisas. Fazem isso lançando as tais profecias autorrealizáveis (por exemplo, dizem que um país está vivendo uma grande crise econômica, ou política, ou as duas, quando isso não é verdade, mas tanto falam, que a crise se instala de verdade). Ou distorcem as notícias, ou evidenciam de forma positiva, apenas aquilo que é do interesse de um certo grupo, etc.
    Com as redes sociais o perigo é o mesmo, porque as pessoas tendem a acreditar em tudo que é publicado.

    Beijo

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    1. marly, eu não acho que crises são inventadas. elas existiram mesmo. mas sim, a comunicação tem muito poder, ainda mais a não-oficial. eu checo tudo.

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  5. O filme é terrivelmente assustador, eu achei. Não lembro dos pais, no filme. Bj,

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  6. Sua resenha está simplesmente perfeita!
    É assustador como a mídia tem controle sobre a maioria das pessoas.
    Curioso tbm como, às vezes, determinada temática é usada até a exaustão e de repente substituída de forma como se não tivesse acontecido nada.
    Peguei ranço de um canal por isso há uns 3 anos.
    É como se surfassem numa onda ainda que fosse uma onda ruim e comemorassem um prêmio indevido.
    Simmmnmmm é ainda mais assustador as "verdades " das redes sociais, talvez pelo descomprometimento ou desconhecimento de regras e ética.
    Excelentes filme e livro.

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    1. luli, claro, ela foi inteligente e preparou tudo, mas a mídia não questiona, compra a versão. sim, eu tb, qd acompanhavam uma morte trágica. viram q não ia ter veredito final, passaram de dizer q saberiam logo o q aconteceu. mas antes vendiam como se iriam saber. isso, como se quisessem o pior pra ter mais notícia e views. as redes chegaram rápido. precisa ser assunto nas escolas pra mudar um pouco.

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