segunda-feira, 13 de maio de 2024

Birth/Rebirth

Assisti Birth/Rebirth (2023) de Laura Moss no TelecinePlay. É um filme de terror desconcertante e inacreditável. O difícil nesse filme é que tem um grande pé na realidade.

A questão não é tanto o terror e sim o debate sobre maternidade que vai em lugares inacreditáveis. Fiquei em choque, mas muito pensativa. Sim, o filme é antiético, amoral, ilegal, mas exatamente pelo fato de ir em lugares profundos, é que seu debate passa a ser tão relevante. Uma mãe exausta descobre a filha febril, deixa com a vizinha. Ela é enfermeira, ocupadíssima, tem que atender sistematicamente o celular, até que o celular estraga e ela fica sem contato. Bem tarde, depois de atravessar exausta em ônibus a cidade, ela fica sabendo que a filha foi ao hospital. Quando chega a filha já está morta. Por ser meningite bacteriana, ela não pode ver a filha. Como enfermeira ela tenta ter acesso a filha pra ver a menina mais uma vez. São tantas culpas, mas tantas, que não cabiam no meu peito. 
Em paralelo tem uma médica legista. Antiética, amoral e pesquisadora, ela faz em casa experimentos horrendos com quem morreu revivendo-os. Bom, já imaginaram como ela se conecta a mãe. Ela leva a menina pra casa dela e a mãe acaba descobrindo. As duas passam então a viver para manter a menina viva. As ações pra isso ser possível são absurdas. A pesquisadora é meio lunática, o filho dela é a pesquisa. A enfermeira, por ser da área do cuidado, passa a cuidar da pesquisadora. Regula alimentação dela, horários de todos os procedimentos que elas realizam no apartamento. O material de divulgação tenta colocar como assustador a parte de terror, mas o que mais assusta no filme são as ações das duas pra alcançar os resultados. As duas estão inacreditáveis, Judy Reyes e Marin Ireland. A menina é A.J. Lister. E ainda Breeda Woool.

Eu fiquei pensando pra onde o filme iria, não conseguia imaginar que desfecho a autora escolheria. Fiquei em choque, consegue ir mais ainda na loucura, desconcertante. Que filme profundo!

Beijos,
Pedrita

9 comentários:

  1. Esse tipo de filme, eu passo. Não curto filmes de terror.
    beijos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. lulu, esse é mais sobre maternidade. mas é muito indigesto. só pra quem tem coragem mesmo. mas um roteiro inacreditável sobre maternidade.

      Excluir
  2. O que me prenderia a um filme desse é a, digamos, intuição, de que alguns dos procedimentos (reanimação, 'renascimento') possam vir a ser possíveis no futuro.

    Beijo

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. marly, esse filme incomoda exatamente por ser possível. e pela questão de maternidade que segue por lugares insuportáveis. ótimo roteiro.

      Excluir
  3. Aproveitando o pós operatório para ver filmes, muito filmes. Beijo,

    ResponderExcluir
  4. Esse filme é bastante complexo.
    A doutora muito louca.
    É um terror real que dá medo demais.
    Bioética, doenças mentais e maternidade são temas que deveriam ser MUITO discutidos e analisados de modo sincero e franco SEM julgamento.
    São muitas as nuances e camadas.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. luli, sim, a médica vive em outra dimensão, maluca total. e sim, dá medo demais pq é muito próximo da realidade. sim, a ciência tem muitas pirações, mas pelo marketing é vendido como ótima solução.

      Excluir

Cultura é vida!