sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Uma Família Feliz

Assisti Uma Família Feliz (2022) de José Eduardo Belmonte no Telecine Premium. Apesar do cartaz anunciar que o filme entrou no streaming, isso ainda não aconteceu. Tive que ver voltando pelo controle remoto. O roteiro de Raphael Montes é inacreditável! Que filme desconcertante! A direção criou tanta tensão que o filme é praticamente de terror. Eu vi sem ler nada, só sabia que não era uma família feliz.

Começa com a personagem da Grazi Massafera enterrando uma criança, pegando o carro com outra e provocando intencionalmente um acidente. O filme vai para o passado e vamos tentando entender o que aconteceu. Grazi está impressionante! Que atriz! O personagem dela é muito, mas muito complexo. Reynaldo Gianecchini é o pai dedicado. E como é grosseiro com a esposa. Ele não perde um momento que seja pra diminuí-la. 
Pra piorar ela engravida e tem um bebê. Como toda mãe nessa situação, ela está sempre sonada. E a mãe parece que tem depressão pós-parto, mas ninguém parece pensar ou conversar sobre isso. Eles tem uma vida bem confortável. A mansão é belíssima! Mas o pai o tempo todo diz que não é possível contratar ajuda e sugere que a esposa largue o trabalho dela. Ela é artesã, faz bonecas que parecem bebês de verdade, é reconhecida, já teve matérias sobre o trabalho, mas ele diz que ela fica brincando de boneca. Reynaldo Gianecchini também está ótimo. O bebê e a filha aparecem machucados, a irmã diz que foi a mãe, começa então o inferno dessa mãe, mas a gente não sabe em quem acreditar. A mãe começa a desconfiar do marido.
A inabilidade dessa família pra lidar com os conflitos é irritante. Primeiro porque antes mesmo do bebê nascer, uma das filhas já tinha uma grave doença. E ninguém faz tratamento com terapeutas, nem as filhas, nem os pais, pra lidar com a doença. Então quando a violência aparece na família, há silêncios, falta de diálogo. É um horror! As meninas são Luiza Antunes e Juliana Bim. A vizinhança também é pavorosa. Mesmo sabendo que há crianças na casa, não pensam duas vezes em provocar violências com a família e vulnerabilizar ainda mais os filhos. Que filme!
Beijos,
Pedrita

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