terça-feira, 1 de outubro de 2024

Jantar com Beatriz

Assisti Jantar com Beatriz (2017) de Miguel Arteta no Star na Disney. Não entendi porque esse filme está em comédia. O roteiro é de Mike White. O diretor nasceu em Porto Rico.

O debate do filme é urgente, Salma Hayek está ótima, a construção do filme é mais ou menos. A protagonista é uma profissional da saúde alternativa. Ela tem o dom de acalmar e energizar pessoas, então trabalha em uma instituição que trata de pessoas e crianças com câncer. O filme se passa em um único dia. Muito sensível, ela está sofrendo muito porque mataram sua cabrita. Ela tem um carro velho, uma vida financeira mais ou menos e atravessa a cidade para ir a casa de uma milionária que a adora. A dona da casa, Connie Briton, é muito grata a tudo o que a profissional fez a sua filha que está em tratamento de câncer. O carro da profissional não pega na hora de ir embora, então a dona da casa sugere que ela participe do jantar de negócios que seu marido promove. 
Como acontece com pessoas milionárias, os convidados são descolados da realidade. Com egos inflados e por serem idolatrados no grupo, se vangloriam dos horrores que praticam como se fossem troféus. Li que o diretor tinha ficado horrorizado com aquele homem no safari que tirou a foto armado ao lado de um animal abatido. Então o milionário convidado, John Lithgow, faz exatamente isso, mostra no celular um rinoceronte que abateu e conta que vai novamente caçar no safari na África do Sul. Li que o filme foi feito antes de Trump chegar ao poder e que o filme acaba espelhando muito dos horrores que os Estados Unidos e os imigrantes viverem nesses tempos escuros.

A jovem fica horrorizada no jantar. Claro que ela é vegetariana, toda preocupada com o meio ambiente, com o planeta. Mesmo antes da foto ela se confronta com o milionário. Eles passam a travar um verdadeiro duelo, como a caça e o caçador, e eles se alternam nos papéis de presa e algoz. O milionário enriqueceu com especulação imobiliária. Poderoso e cheio de dinheiro derrubou matas, casas, para enriquecer mais a si e aos outros. E é aplaudido o tempo todo no jantar. Todos ficam constrangidos com a jovem atônita. Ela é mexicana e acha que foi esse milionário que destruiu as terras onde ela e seu povo morava. São horríveis as perguntas dos convidados a jovem, se ela está ilegal no país, se ela tirou emprego de alguém, se colabora economicamente para o bem do país e como se eles fossem donos do país e não só mais um habitante na terra. Como se só pudesse estar lá se contribuísse como uma imigrante regularizada. Eu fiquei imaginando como o filme terminaria, estava difícil imaginar um desfecho. Parece que o diretor teve a mesma dúvida. As soluções são estranhas. Os milionários cometendo crimes ambientais soltando balões e a jovem se matando no mar.
Beijos,
Pedrita

Um comentário:

  1. Um filme assustador, pelos demasiados egos que só destroem.
    .
    A Rapidez do tempo...
    Beijos. Votos de uma boa semana e um Outubro positivo!

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