domingo, 29 de setembro de 2024

Falas de Acesso

Assisti Falas de Acesso (2014) de Pedro Henrique França e Daniel Gonçalves na Globoplay. A direção artística é de Patrícia Carvalho. Assim que começaram as chamadas na TV Globo quis ver. Consegui ver depois na Globoplay e continua disponível por lá. É daqueles documentários que queremos que todos vejam. 

A estrutura do programa foi muito inteligente. Teve vários estilos de quadros. Gostei muito os que promoviam experiências. Em um restaurante totalmente adaptado e lotado de deficientes, recebeu pessoas sem deficiência que são tratadas muito semelhante como os deficientes em geral são tratados. Pra piorar o desconforto deles, tudo é adaptado, então não tem cardápio pra pessoas sem deficiência. Muito chocante quando um deficiente pede self a uma pessoa que não tem deficiência porque o filho vai adorar e que ainda dá engajamento. Constrangedor! Um falou com voz de criança, infantilizando a pessoa. Foram várias situações constrangedoras. Adorei ver a atriz de Todas as Flores, Camila Alves no especial. Ela falou sobre cães guias, sobre a lei e a forma como a lei é sistematicamente desrespeitada. Quero ver logo a atriz novamente em cena.
A jornalista Flávia Cintra foi a apresentadora onde falou de leis, estatísticas. Samantha Quadrado também participa com seu marido Breno Viola. Eu gosto demais das postagens dela no instagram e como é linda. Dois outros quadros vivenciavam momentos. O famoso cafezinho na empresa e as conversas "descontraídas" com Daniel Gonçalves e Eduardo Sterblich. E cumprimentos de casamento entre um cadeirante e sua esposa. Letícia Colin faz a preconceituosa convidada. O cadeirante comenta com o público como a convidada o ignora, a convidada elogia a noiva pelo gesto de casar com o cadeirante. Que desconforto que sentimos!

A influenciadora Tatá Mendonça participou de um quadro onde ela dizia que o recurso para ouvir as mensagens do celular não estava funcionando, se a pessoa podia ler pra ela os comentários, que eram discursos de ódio. Todos ficam constrangidos com os horrores que escreviam pra ela. Esse exercício é ótimo. Se ver alguém destilando ódio, peça pra ela ir até a pessoa e repetir presencialmente. Nem todos vão perceber, mas vários na hora vão se sentir constrangidos. Parece que escrevendo pode. Discurso de ódio não é liberdade de expressão. 

Pedro Henrique França vem se especializando como documentarista. Está sempre em projetos incríveis. Comentei sobre dois deles aqui.

Beijos,
Pedrita

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