terça-feira, 23 de abril de 2019

A Caixa-Preta de Amós Oz

Terminei de ler A Caixa-Preta (1987) de Amós Oz da Companhia das Letras. Comprei esse livro em um sebo. Sempre quis ler uma obra desse autor e peguei o livro assim que vi. Coloquei na prateleira de livros a ler, um tempo depois escolhi, e só quando fui começar a ler é que vi que tinham anotações nele. Não prejudicam a leitura. Eu nunca rascunhei em livros porque li muito de bibliotecas e livros emprestados, então sempre achei sagrado nada marcar, nem mesmo em dobras. Mas achar livros com passado é fascinante. Tenho uma profunda curiosidade sobre quem escreveu, porque sublinhou aquelas frases. No começo, as anotações tem a lista dos personagens.

Obra de Moshe Castel

A Caixa-Preta é toda em cartas. Começa com a carta da ex avisando que o filho que ele não reconheceu está dando problema e que ela quer a interferência dele. Logo percebemos o quanto os exames de DNA foram importantes. O exame de sangue não foi conclusivo, e a ex não aceitou fazer um exame de pele. Portanto o ex passa a não considerar o rapaz como seu filho. Pelas cartas percebemos que o filho ficou revoltado com tudo, com toda essa história, completamente compreensível e passa a brigar nas escolas e aprontar. A ex casou-se novamente e tem uma filha.

Obra Estilo de Vida de Marcel Janco

Logo percebemos as animosidades em todas as cartas, e como eles escrevem e se ofendem. E muitas vezes de modo sutil. O atual marido é muito religioso e conservador e tenta impor ao enteado os preceitos religiosos. Apesar do pai não assumir a paternidade ele manda sistematicamente dinheiro para resolver as enrascadas que o rapaz se mete. Nas cartas não há agradecimento algum, só cobranças, mas as cartas do ex marido também são invasivas, cheias de mágoas e cobranças. 

Obra Café em Tibérias de Nahum Gutman

É inacreditável a capacidade que cada um tem, inclusive o rapaz, de se meterem uns na vida dos outros, imporem regras e condenações. E no meio dessas conversas os costumes aparecem.

Os artistas são israelenses. O marcador é da Origirl.

Beijos,
Pedrita

10 comentários:

  1. Só li dois livros de Amos Oz e gostei de ambos, sobretudo Uma história de amor e trevas, curiosamente o terceiro livro que desejo ler dele é precisamente este.
    Judas sei que é praticamente pura ficção, mas o outro sobretudo memórias do da infância e juventude dele e como viu a independência de Israel, é uma maravilha e inclusive fala desta obra onde incorporou aspetos que se relacionam com a sua vida pessoal.

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    1. carlos, vi uma entrevista onde amós falava de judas, fiquei com muita vontade de ler.

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  2. Amos Oz morreu em dezembro e eu apesar de não ter lido livros dele, tinha conhecimento de trechos de obras dele. Quando morreu me entristeceu.
    Era um homem bonito e muito ativo politicamente.

    Ler livros com marcações é muito, muito mesmo, interessante.
    Lembro de um livro de Simone de Beauvoir, "Memórias de uma moça bem comportada", que li emprestado de uma Biblioteca de Brasília e estava todo cheio de grifos e anotações. Muito bom.

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    1. liliane, era um grande pensador. tb adoro ler livros com marcações, embora ache marcações em livros um sacrilégio.

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  3. Li apenas três livros do Amós Oz (mas nenhum dos mais conhecidos). Não gostei do último que abri - De repente, nas profundezas do bosque - tanto que nem terminei a leitura. Este da resenha me pareceu bom.

    Beijo

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  4. Não conhecia esse livro parece interessante.
    Big beijos

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  5. Eu também nunca rascunhei livros, às vezes eu passo para frente e rabiscado não é bom.
    Ainda não li nenhum livro do Amós Oz.

    Beijinhos ♥

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    1. andréa, eu gosto de emprestar desde q tenha a segurança q retorne. e como li de bibliotecas nunca nem fiz dobras.

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