segunda-feira, 21 de abril de 2008

Filhos da Esperança


Assisti Filhos da Esperança (2006) de Alfonso Cuarón no Telecine Premium. O 007 queria muito que eu visse esse filme para poder comentar sobre a participação da Julianne Moore. Posso dizer que esse filme é esquisito. Tem momentos maravilhosos, alguns infantis, outros curiosos. O 007 tem razão em dizer que se assemelha ao Aeon Flux que é belíssimo esteticamente, enquanto Filhos da Esperança é feio esteticamente, mas o roteiro central é bastante semelhante.

No futuro a humanidade ficou infértil. O ser humano mais jovem tem 18 anos. O roteiro é baseado no livro de P.D. James, portanto não sei se as teorias que o filme traz ficaram superficiais e se de repente no livro são mais coerentes. Preciso lê-lo! Na teoria do filme, pelo fato de não existirem mais crianças, o mundo ficou bárbaro, perderam totalmente a civilidade. Eu particularmente acho essa teoria um tanto tola. Me incomoda a visão de que só as crianças é que dão tolerância e ternura aos homens. Portanto todos os solteiros sem filhos deixam de ser civilizados? Como o 007, me incomodei com a participação da Julianne Moore, fiquei igualmente com a sensação que foi somente uma jogada de marketing, porque se ela tem duas falas têm muito. Ela nem coadjuvante é. Se alguém deseja ver o filme pela participação dela, pode desistir. Também é estranho a teoria de que só sobre a força a Inglaterra fica menos bárbara em relação aos outros países. Pelo menos debate bastante a questão do imigrante que são tratados como animais em Filhos da Esperança, já que a imigração é um problema constante na Europa de hoje.

Me emocionei muito com a cena do bebê chorando e todos parando o conflito para deixar passar e reverenciar o primeiro bebê depois de 18 anos. Mas é infantil quando os três passam a área de conflito e um segundo depois já recomeça o confronto. São soluções de direção um tanto tolas. Como outra que eles fogem, mas param em um lugar escondido para ficar vendo o que acontece com um amigo em vez de fugir. São soluções bastante infantis. A sensação que fiquei é que talvez o filme tenha ficado muito longo e tiveram soluções estranhas na hora da edição. O final fica claro da correria pra terminar deixando-o mal explicado. Falam sempre em um projeto, que virá de barco buscar a mãe e o bebê. Termina a mãe e o bebê em uma jangada e um barco vindo, mas não sabemos se é do projeto, se esse projeto existe, se é humanitário, se não é mais um local sem civilização de experimentos. O 007 também odiou o final.
O protagonista é o Clive Owen. Alguns outros do elenco são: Michael Cane, Chiwetel Ejiofor, Claire-Hope Ashitey e Pam Ferris.
Filhos da Esperança ganhou 2 BAFTA de Melhor Fotografia e Melhor Direção de Arte e os prêmios Lanterna Mágica e de Melhor Contribuição Técnica, no Festival de Veneza.
A trilha sonora é bem diversificada e interessante.
Música do post e do filme: King Crimson - The Court of the Crimson King

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Beijos,

Pedrita

9 comentários:

  1. Oi Pedrita.

    Eu já havia visto o trailer no cinema mas não tive nenhuma vontade de assistir.

    Bjs.
    Elvira

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  2. Oi! Esse aí não vou operder o meu tempo vendo... Obrigado, Pê! Boa semana!

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  3. Olá, tudo bem? No Canal Brasil, há filmes interessantes, já outros nem tanto.. Alguns atores vivem o lema "seu passado te condena" kkk.. Abraços, Fabio

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  4. Pedrita, eu adoro este filme. Acho magnífico. É um filme que me deixou tensa. Ele tem cenas muito bem executadas e acaba sendo perturbador o futuro sombrio.

    Sabe a cena do nascimento do bebê? Foi tudo digitalizada. O bebê não existe! Eu tenho o DVD do filme. Os documentários que estão no dvd são ótimos.

    Beijos

    Ah, adorei os sapinhos do calendário!

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  5. Quero ver, vou prestar atenção nos horários do Telecine. Adoro o Cuarón.

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  6. elvira, marion, camila e aqueta, eu não achei apaixonante.

    fabio, eu acho que o telecine premium tem mais filmes questionáveis que o canal brasil. com aqueles filmes de péssima qualidade e alienantes.

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  7. Peds, amei o filme. A mensagem sobre intolerância é nítida; imagina o descaso da humanidade, se de uma hora para a outra simplesmente percebe que vai sumir do planeta, e é isso. Assim, sem mais.
    Quem vai querer trabalhar? Ou querer fazer qualquer coisa? A Inglaterra que o filme promove não é mais Européia; você vê carros modernos, misturados à bagunça de bicicletas e motinhos que lembra mais Tailândia do que o velho mundo. O desânimo geral, a falta de esperança. Esse é o cenário que o filme quer mostrar.
    Quando tiver oportunidade, veja os especiais do DVD. Não vai se arrepender.

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  8. Eu vi a propaganda no Telecine e fiquei com vontade de ver, porém, agora, depois dessa postagem, estou em dúvida se valerá a pena.
    Denise

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  9. Bom, eu gostaria de deixar algo sobre o seguinte trecho do seu comentário: "Eu particularmente acho essa teoria um tanto tola. Me incomoda a visão de que só as crianças é que dão tolerância e ternura aos homens. Portanto todos os solteiros sem filhos deixam de ser civilizados?"
    Por favor me responda o quê mais representa a esperança, a tolerância e a ternura de um ser humano ou, como o próprio filme propõe, da hunidade, se não o nascimento de uma criança? E com relação aos solteiros,a teoria não trata de uma situação intolerante devido ao fato de optarmos ou não por ter filhos. Trata-se sim, do fato de nenhum ser humano ser mais capaz de procriar. Imagine essa situação como não sendo uma opção e sim uma condição do ser humano à partir de determinado momento. Sendo que este, o ser humano, conviveu à pouco tempo(18 anos),com a dádiva da natalidade.

    Um Abraço!

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