Obra Riberas del Bósforo de Eugène Degand
Não sei se foi uma escolha do autor fazer um olhar turístico por Istambul, para expor menos as mazelas do mundo e as intimidades de sua família. Também Pamuk diz na obra que não devemos confiar em tudo o que ele diz, que nem sempre foi exatamente daquela forma e que ele inventa bastante. Quando Pamuk era criança o médico aconselha passeios em Bósforo, antes mesmo da cidade virar um grande ponto turístico. Ele, seu irmão e sua mãe viajavam constantemente para lá para aproveitar o dia.
Obra Istambul de Celal Günaydin
A família de Pamuk vivia em um prédio, lá ele tinha contato com todos, sua avó vivia no andar de cima. Seus pais viajavam muito a trabalho. Pamuk gostava muito, mas muito mesmo de matar aulas e quando seus pais viajaram mais tempo deixando-o com sua avó que esse costume se intensificou. Pamuk conta que sua família vivia muito confortável, que era muito abastada, mas que perdeu dinheiro com o tempo, embora tenham continuado com posses.
Eu não tinha ideia que Pamuk tinha sido um artista plástico na adolescência. Nas fugas da escola ele passeava por Istambul, lia clássicos da literatura e pintava. Não sei o quanto é verdade, ele mesmo dá a entender que não disse os fatos como foram, mas sua primeira paixão aconteceu quando ele tinha 19 anos. Tinha me esquecido que Pamuk vem de um país retrógrado e conservador. Ele se coloca como uma criança aos 19 anos, mas poderia ter mentido a idade. Sua amada seria menor de idade. O pai dela, preocupado com a aproximação da filha com um artista, afasta-os. Em Istambul passam a falar dela que vivia passeando com o rapaz, . O pai não queria a filha próxima de um rapaz artista. Fico imaginando o que o pai da moça deve ter pensando uns anos depois quando Pamuk tornou-se escritor e mais futuramente um escritor famoso e ganhador de Nobel. O livro termina exatamente quando Pamuk decide que não será pintor e sim escritor.
Beijos,
Pedrita
Um dos melhores momentos da minha vida foi a leitura deste livro do Orhan Pamuk. Mereceu o Prémio Nobel, sim senhora.
ResponderExcluirematejoca, ele é incrível realmente, mas esse me incomodou. mereceu mesmo o nobel pela suas outras obras.
ExcluirSó li uma obra dele, "Os jardins da memória" lembro-me que era uma obra bem escrita mas que dava luta a leitura, mas que fiquei interessadíssimo em visitar Istambul e essa vontade mentém-se. Pensava que "Istambul"era mais uma obra sobre a cidade do que uma ficção autobiográfica.
ResponderExcluircarlos, esse que leu não li. fiquei curiosa. mas não lhe aconselho istambul. é parcialmente biográfica.
ExcluirOlá Pedrita
ResponderExcluirConcordo com sua citação de que é melhor não conhecer a pessoa por trás dos artistas que admiramos, eu as vezes evito até entrevistas :)
A matéria memorialista sempre é controversa por trazer paralelos da vida pessoal.
Esse é melancólico ao tratar uma realidade de sociedade desgastada pelas mudanças e na tentativa de apagar o passado otomano impondo o ocidentalismo.
Apesar das bonitas fotos P&B e das imagens de Antoine Ignace a narrativa é irregular e devagar, dispende grande esforço e concentração.
De qualquer maneira ele é um dos maiores memorialistas que há.
Bjs Luli
https://cafecomleituranarede.blogspot.com.br
luli, é, fica difícil depois admirar o artista que não nos identificamos quando conhecemos sua vida pessoal. eu achei um olhar muito masculino de tudo. como se ele vivesse a margem do cotidiano das pessoas. vivesse só pra ele. eu amo os outros livros dele. esse me incomodou bastante.
ExcluirOlá, Pedrita!
ResponderExcluirEstou um pouco pobre em leitura, ainda não li nenhuma obra dele.
Minha mãe tbm guardava natas para fazer sequilhos, hoje em dia os leites bem ralos, não tem mais como tirar natas.
Tem receitas que batem saudades, não é?
Beijinhos ♥
andréa, eu li esse muito devagar. sim, tarefas cotidianas são as q mais doem não é?
ExcluirTenho este e outro livro deste autor. Mas ainda não li nada dele.
ResponderExcluirBeijoca
marly, leia o outro primeiro. eu adorei duas obras ficcionais dele.
ExcluirMeu interesse seria justamente por s3er uma história mesmo que romanceada do autor.
ResponderExcluirMas não conheço o autor.
E se ele diz que "mente" perderia totalmente o interesse.
liliane, acho q vc vai gostar muito das obras ficcionais do pamuk. ele mesmo brinca com as memórias e entendo, afinal ele fala de terceiras pessoas, provavelmente vivas, tinha q modificar um pouco para não ofender.
Excluirtb gostei muito de nossa conversa ontem.
Bom ter conversado com vc, ontem.
ResponderExcluirPedrita,
ResponderExcluirLi esse livro antes de uma viagem a Istambul, como preparação. Não havia lido nada do Orhan Pamuk, e acho que não dei sorte começando por esse. De qualquer forma, valeu como uma introdução.
Encontrei você no Saboreando a Vida, da querida Marly, e vim visitá-la. Como você, estou há muito tempo nessa atividade de blogueira, e nem sei como não a encontrei antes.
Meu blog completou 10 anos há pouco, e depois de uma interrupção, resolvi retomá-lo com empenho e, também, retomar os contato com blogs interessantes, e de amigos/as. Criei meu blog quando minha neta era pequena e, daí, seu nome : "Blog da vovó …mas não só”. Ganhou as reticências e o “não só”, depois de algum tempo, para definir que não se trata somente de um blog de coisas de vovó, mas um blog de assuntos gerais, vida, lazer, cultura, envelhecimento …
Convido-a para uma visita.
www.blogdavovohelo.blogspot.com
heloísa, eu achei esse completamente diferente dos outros que são apaixonantes. ah, adoro o blog da marly, q bom que me encontrou por lá. ah, os blogs se transformam não? aqui tinha o 007, hj só no endereço. ele nao escreve mais. vou lá conhecer o seu.
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