quinta-feira, 11 de abril de 2019

O Nome da Morte

Assisti O Nome da Morte (2017) de Henrique Goldman no TelecinePlay. É um filme difícil de ver, baseado no livro de mesmo nome de Klester Cavalcanti, sobre Júlio Santana, um matador profissional que alvejou 492 pessoas.

O rapaz vivia com a família em uma área rural, não gostava em nada das atividades cotidianas. O tio aparece e leva o rapaz para a cidade, para ele ser policial. Assim que chegam na cidade o tio diz que ser policial não é fácil, tem que fazer concurso, que não tá aberto, mas que o rapaz vai ajudá-lo nos afazeres e começa a treinar o rapaz pra matar. No começo ele reluta, sofre muito, mas aos poucos vai se acostumando, querendo o dinheiro. Mostra bem a hipocrisia. Quando o rapaz vai pra outra cidade fazer o serviço, o tio deseja que ele vá com Deus. O matador volte e meia fazia o sinal da cruz antes de executar o serviço.

Quando ele se apaixona passa a querer muito dinheiro pra poder montar casa, pra ir viver com a mulher que acredita que ele é policial. Quando ela descobre o que o marido faz, ele passa a ter crises de consciência, fato que acontece mais algumas vezes, mas ele acaba voltando a função.

Eu não me choquei tanto com o número de mortos do matador, acho que quem começa a matar fica meio anestesiado e acaba banalizando a profissão. O que me assusta mais é que mais ou menos 492 pessoas pagaram alguém para resolver os seus problemas, pra matar alguém. Mesmo que o mandante seja o mesmo em alguns casos, é gente demais querendo resolver os seus conflitos a bala. Do Pará, o matador alvejou pessoas em 13 estados brasileiros. No filme chega até mostrar um líder de movimento sem terra que é morto a mando de um prefeito, mas boa parte dos mortos são pessoas comuns, de todos os tipos. O quanto o Brasil resolve as suas questões a bala, e o quanto esse país é violento. Marco Pigossi está incrível. O tio é interpretado por André Mattos, a esposa por Fabíula Nascimento, o amigo do tio por Gillray Coutinho. Há várias participações especiais: Tony Tornado, Matheus Nachtergaele, Martha Nowill e Augusto Madeira.

Beijos,
Pedrita

8 comentários:

  1. Gosto muito do Marcos Pigossi.
    É tão lindo que os papeis independem de ser bom o não, para mim, lógico.

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    1. liliane, tb gosto muito desse ator e esse filme ele está incrível e é muito impactante.

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    1. heloísa, sim, esse matador vive em um sítio no pará.

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  3. Acho que o que mais me impressionou foi a flexibilidade de ética dele e da esposa.
    Numa cena ela está contra o "empreendimento" do marido, na cena seguinte ela está "vivenciando" aquela realidade plenamente.
    Como ela está de costas e caminhando eu pensei que ia mostrar o Pigossi atrás e que ela fosse uma das vítimas. Quando mostra a Fabiula fiquei de cara kkkkkk
    Chocante tb quando ele atira no adversário político do prefeito praticamente na frente do filho da vítima.
    E o final dá a entender que tudo vai continuar igual antes :(
    Bjs Luli
    https://cafecomleituranarede.blogspot.com.br

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    1. luli, eu confesso que eu não me surpreendi não. ele ficou com muito remorso, ainda mais depois da morte do filho, mas eles não resistiam a tentação do dinheiro. como disse o tio logo no começo, se ele naõ fizer alguém vai fazer. e tb talvez com a impressão que é outro que quer. enfim, o ser humano arruma qq mecanismo para se eximir de culpa em casos extremos. é adaptável. assustadoramente adaptável. eu me assustei mais com a quantidade de mandantes, é gente demais querendo resolver suas questões mandando matar. é a cultura do olho por olho, tem que fazer justiça, limpar a honra, resolver um conflito, resolver um problema. assustador. e quantas famílias criando filhos com o mesmo ódio e falta de valores básicos. criando famílias na violência.

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  4. Acho este tema instigante. Mas no momento, estou saturada da violência relacionada ao nosso país e ao nosso povo. Triste também por ver nisso um desafio difícil de superarmos.

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    1. marly, eu ia até desisti, mas qd fiz a pesquisa e vi q era baseado em uma história real continuei a ver. mas não é fácil mesmo. dá desgosto.

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