O marcador alguém me enviou pelo correio de presente. Não consegui descobrir quem. O protagonista da trama teve um bichinho de estimação como esse do marcador.
Obra Dog and Priest (1978) de Alex Colville
Começa com um homem mais velho que vive em uma árvore. A autora é muito inteligente na colocação dos personagens. Esse homem mais velho que se intitula Homem das Neves vai lembrando do seu passado. O tempo todo eu estava na dúvida se era como ele lembrava ou se ele estava maluco. Não consegui ter empatia por ele, mas a autora é muito brilhante, e ele, criança, a gente quer abraçar, ajudar.
Obra de Jean Paul Riopelle
Queremos o tempo todo saber o que aconteceu pra tudo não existir mais. Não tem mais casas, energia elétrica, tudo parece ter acabado. Os pais do Jimmy eram grandes cientistas, a mãe era muito empolgada com as mudanças genéticas que conseguia. Eles criaram porcos com órgãos humanos para que crescessem mais. Até que a mãe começa a questionar suas experiências, se comer porco não era canibalismo. Um dia ela desaparece. Jimmy chega em casa e ela foi embora com o bichinho dele de estimação. Ele fica desolado. Ele pouco consegue saber da mãe que se escondeu em outro país. O pai arruma uma madrasta cientista como ele.
Obra de Rob Gonsalves
Crake era um gênio e de comportamento bastante duvidoso. Jimmy não era tão brilhante nos estudos então ele vai para outra universidade caindo aos pedaços, cheia de insetos. Quando ele visita a universidade modelo que vive Crake, cheia de regras excessivas de segurança, ficamos com a impressão que Jimmy estava bem melhor na outra universidade não tão controladora, sem metas excessivas. Jimmy tinha uma vida "normal". A fiscalização excessiva da universidade de Crake pelos experimentos beira o insuportável. Jimmy fica especialista em escrever rótulos mentirosos de produtos e fico pensando o quanto isso já acontece.
Obra de Rob Gonsalves
A história de Oryx é pavorosa. Aos 5 anos ela é vendida para um homem. Fiquei pensando na infinidade de meninas de 8 a 11 anos nas estradas no Norte que se prostituem e pior, que tem quem compra o serviço. Por ela ter sido comprada, pela família precisar do dinheiro da venda, pelo homem "cuidar" dela, em nenhum momento ela tem revolta com o que tem que fazer, é sempre grata aos seus protetores. Foi o que ela aprendeu na infância, então acha que é o certo e é assim mesmo, que tudo foi bom pra ela. Todas as tramas tem ecos nos dias de hoje, na realidade científica de alimentos que já vivemos, isso torna a obra impactante demais. Margaret Atwood tem esse estilo de colocar no futuro fatos que de alguma forma já acontecem. Ela potencializa, mas nós reconhecemos em vários momentos questões do nosso cotidiano. Terminei a obra mais mudada do que já vinha acontecendo.
Todos os pintores são canadenses como a autora.
Beijos,
Pedrita
Olá Pedrita
ResponderExcluirLinda demais a capa, o marcador fofo e as obras que vc inseriu.
O livro deve mesmo ser impactante e reflexivo.
E que agonia reconhecer que já vivemos muitos dos momentos descritos: a ciência, a flexibilidade da ética, a desumanização, as metas excessivas, a segurança que extrapola e invade, a alimentação que virou política..
Sem dúvida deve transformar mesmo o modo como imaginamos o mundo.
Já favoritei aqui.
Vai para a lista dos desejados para ler.
Bjs Luli
https://cafecomleituranarede.blogspot.com.br
luli, sim, o tempo todo a gente lembra das experiências genéticas em alimentos. acho q vai gostar, mesmo que seja desconcertante a leitura.
ExcluirFiquei interessada neste livro. Tenho a impressão de que faz tempo que os acontecimentos do mundo parecem indicar que rumamos para uma distopia. Esta terá, com certeza, uma vertente científica.
ResponderExcluirBeijo
marly, exatamente, essa autora coloca lupa de aumento no q vivemos e fica desconcertante.
ExcluirÉ um dos livros dela do género distópico, mas o que mais choca é que a grande maioria das tecnologias que ela apontam já estão aí disponíveis apenas não se deu o passo para o colapso mas prevê-se que basta uma mente perversa para tudo aquilo acontecer.
ResponderExcluirHá cenas que para mim me chocaram mesmo, a busca eugénica do seres humanos livres e perfeitos que resulta em algo que de facto não é humano é impressionante.
A obra é a primeira de uma trilogia, já li o seguinte O ano do Dilúvio, onde se descreve a catástrofe e o estado de degradação ambiental e social do planeta.
O terceiro tenho mas ainda não li.
carlos, exatamente o q choca é q muito do q ela fala não é do futuro, já vivemos isso. e nem sei se precisa uma mente tão perversa como o crake. muitos cientistas, em busca de novas experiências, avançam a linha tênue do ético. os humanos livres não me incomodou muito pq era muito ficção pra mim. me choquei mais com as experiências dos alimentos. vou ver se leio os outros.
ExcluirOlá, querida Pedrita!
ResponderExcluirÉ de um bom livro assim que estou precisando, obrigada por nos compartilhar mais essa dica!
Beijinhos ♥
andréa, é bem forte.
ExcluirDeve ser incrível! Senti como se estivesse lendo o livro. Impressionante a história dela e como cada um acha normal aquela realidade que conhece.
ResponderExcluirana paula, a autora foi muito inteligente em mostrar que o q nós achamos monstruosa, não era ao olhar dela que aprendeu q viver era assim.
ExcluirFiquei impactada com a história, adorei a resenha.
ResponderExcluirBeijos boa semana
www.bellapagina.blogspot.com.br
bella, acho que vai gostar.
ExcluirGostei de conhecer cada história, achei interessante as fotografias também..
ResponderExcluirUm beijo,
www.purestyle.com.br
fernanda, obrigada.
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