domingo, 8 de novembro de 2020

O Homem Invisível

Assisti O Homem Invisível (2020) de Liegh Whanell no TelecinePlay. Que filme! Eu queria muito ver porque amo a Elisabeth Moss, que atriz.

Começa com a personagem dela fugindo de uma mansão deslumbrante no meio do nada com vista para o mar. Ela planejou cada segundo, inclusive dar remédio para o marido dormir. Logo entendemos que ela é vítima de violência doméstica. Quem vai buscá-la parece não entender nada de violência, em vez de sair logo com o carro, fica fazendo um monte de perguntas. O marido chega ao carro, quebra o vidro e tenta machucar a esposa. Mesmo assim todos os personagens do filme desacreditam dessa mulher, acham que está louca, delirando. Há tanto indício, mas sempre duvidam dela. Pode parecer surreal, mas cada vez mais vemos casos de pessoas que duvidam da intuição da mulher, do medo da mulher. Ela viveu muito tempo controlada por ele, ela sabe muito bem como ele age, se tivessem dificuldade de acreditar, deviam ao menos dar o poder da dúvida. Investigar e questionar. Mas nunca acreditam nela. Vai ver que acham mais cômodo. Incomoda tentar entender o que a mulher diz.
Um amigo policial que mora com a filha a acolhe. O marido da protagonista se suicida. A esposa duvida, diz o tempo todo que não é o perfil do marido se matar, mas claro, todos duvidam dela. Até no testamento o marido morto coloca cláusulas de controle. Ninguém parece perceber o óbvio, que o marido é ou era muito doente, então absolutamente compreensível o medo dela que não passa. Vou dar spoiler: o olhar dela é muito irônico quando o policial no final duvida do suicídio do marido, e ela diz, ora, você viu ele se matando pelas câmeras. Ela faz exatamente o que fizeram com ela o tempo todo, duvidando dela. No final ela é irônica o tempo todo, já que não acreditaram, ela para de ser sincera. Muito triste a mulher ter que resolver sozinha a violência que sofre. Sempre acolham as mulheres. O elenco todo é muito bom, o policial é interpretado por Aldis Hodge.

Insuportável a personagem filha do policial interpretada por Storm Reid. O invisível está matando o pai dela e ela só fica gritando, é incapaz de tentar atrapalhar, jogar o spray que ganhou, jogar alguma coisa, só grita. Menina mimada. Mas acho que em chatice perde para a irmã da protagonista (Harriet Dyer), que personagem insuportável. Alguns outros do elenco são: Michael Dorman e Oliver Jackson-Cohen. Pelo jeito ninguém no filme tem experiência com violência doméstica e com controle exercido pelo marido. Nem o policial conhece a forma de maridos controladores isolarem suas esposas. Sim, o filme tem alguns furos. O homem invisível fica boa parte do tempo fechado no quarto com a esposa no sanatório. Ora, então não comia, não ia ao banheiro? Mas no geral o filme é muito bom. Excelente a tensão, logo a gente sabe que o homem invisível está atrás dela, mas a gente fica com medo o tempo todo. Acho que o que mais gostei no filme é a coragem dessa mulher, inspirador.


Beijos,

Pedrita

10 comentários:

  1. Confesso que muitas vezes desejava ser invisível...
    .
    Votos de um domingo feliz

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    1. rykardo, acho que sou invisível tantas vezes que não gosto da sensação.

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  2. Olá Pedrita
    Eu gostei muito do filme.
    Tem seus momentos surreais, é verdade, com uma pegada ficção científica na parte da invisibilidade (embora cientificamente viável), mas a grande sacada do filme é a importância da rede de apoio, a denúncia dos abusos praticados pelo marido: físico, emocional e psicológico.
    Incrível como mesmo a rede de apoio, em algum momento termina por não acreditar na protagonista.
    Excelente atuação da Elisabeth Moss que arrasou com sua protagonista cheia de camadas e eu gostei muito do final que mostra força e coragem.
    Excelente sua resenha!
    E feita em tempo recorde 😁😁

    Bjs Luli
    https://cafecomleituranarede.blogspot.com.br

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    1. luli, exatamente, mesmo carregando um pouco na mão pra ter o suspense, é atualíssimo. estamos condicionados a duvidar da mulher e acreditar mais na palavra do homem. amo essa atriz. obrigada. estava sem evento pra postar, por isso a rapidez, nenhum evento na fila.

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  3. Vi este filme também. Acho que hoje os artistas (diretores de cinema incluídos) estão aproveitando a oportunidade para - também - denunciar as práticas abusivas e autoritárias contra as mulheres. Isso já vem de milênios e chegamos agora num ponto que não dá para ignorar mais essas coisas.

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    1. marly, sim marly, pegar filmes de ação, suspense, para falar de questões fundamentais. e continuamos ignorando a voz das mulheres.

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    1. liliane, não sei se vai gostar, mas é um excelente suspense.

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