domingo, 2 de novembro de 2025

Perfect Days

Assisti Dias Perfeitos (2023) de Wim Wenders na Netflix. Queria muito ver esse filme! Majestoso! É uma junção de preciosidades. O diretor divide o roteiro com Takuma Takasaki. E o filme é Koji Yakusho que não só é o protagonista como está na produção e ganhou Prêmio de Melhor Ator pelo filme no Festival de Cannes. O filme é uma poesia.
 

Koji interpreta um limpador de banheiros. Ele vive em um pequeno "apartamento" e tem uma vida cotidiana linda, de dias perfeitos. Ele levanta muito cedo, cuida das plantas, se barbeia, escova os dentes, compra um café na máquina, pega seu pequeno carro e vai limpar banheiros. Fala pouco, é caprichoso e isso já fica claro na casa dele com o cuidado de cada detalhe.

Ele almoça em um lindo parque. É nos dias de hoje, mas no carro ele ouve fitas cassetes, a trilha sonora é maravilhosa, sempre com músicas de dias perfeitos. E tira fotos das árvores. Ao final aparece a palavra komorebi, que é o efeito das folhas das árvores na luz que é sempre único naquele momento, nunca igual, então todo dia ele tira uma foto. É muito interessante que vemos os sonhos dele, sempre em preto e branco, sempre com imagens que passaram por ele naquele dia.

Periodicamente ele toma banho em banheiro público, já que no seu pequeno apartamento não é possível e leva suas roupas pra uma lavanderia. Ele vai de bicicleta. Também passa em um sebo para comprar um livro de um dólar pra trocar pelo que acabou de ler. O pequeno apartamento que vive é muito, mas muito organizado, com estantes de livros, fitas cassetes e duas plantas e mudas. De vez em quando ele vai em um restaurante e costuma comer também em uma praça de alimentação, sempre no mesmo lugar. São sempre dias perfeitos. Claro, parece que ele não depende do que ganha pra viver. Mesmo que ele seja econômico, parece que tem uma vida confortável.
Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

A Substância

Assisti A Substância (2024) de Coralie Fargeat na HBOMax. Eu queria muito ver esse filme, mas sabia que tinha que ter coragem. Sim, é realmente muito, mas muito forte. Tanto que é classificado como terror.

O filme fala muito sobre envelhecimento, mas eu confesso que fica fácil ser contra o etarismo quando falamos da deslumbrante Demi Moore. Linda, talentosa, genética generosa e ainda teve recursos para todos os procedimentos para retardar o envelhecimento. Precisamos não ser etaristas com qualquer configuração da idade.
Demi Moore está maravilhosa! Ela tem um programa de exercícios da televisão, mas é informada que está velha, que já abriram inscrição para jovens. 

Quem diz isso é o personagem do Dennis Quaid. Ele parece muito mais velho que ela, o colocam bem escroto e acaba falando da autoestima do homem. Ele falando das jovenzinhas dá muito nojo. O que faz homens se acharem no direito de julgar mulheres e de se acharem melhor que elas.

Um jovem lindo entrega um pendrive para a atriz, ela resolve experimentar a substância. Tudo é muito secreto, cheio de regras e surge a jovem Margaret Qualley das costas da Elisabeth. Elas são uma só, a voz diz. Elisabeth é a matriz, uma não vive sem a outra. Sue como ela se nomeia, resolve se candidatar a vaga da sua matriz. O filme é genial. A jovem se deslumbra com a fama, com os compromissos, e passa a pular as etapas da substância e prejudicar seriamente sua matriz.
As poucas vezes que Sue permite que a matriz surja para ela se regenerar, Elisabeth está pior, com mais marcas do tempo. 


O filme é todo muito genial, a forma como é construído, como fala do tempo, da mídia, do deslumbramento, da eterna juventude, da busca pela eterna juventude. Em determinado momento fica absolutamente catártico. Eu ficava pensando onde iria dar, como ia terminar. E tudo é tão genial que fiquei estupefata. O filme não se intimida em ser nojento.


E é tão inteligente, que vai indo cada vez mais fundo na loucura, até terminar como começou. O filme começa com Elisabeth famosa e a criação de sua estrela. O final termina na estrela com uma genialidade impactante.


Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Dia Nacional do Livro

A Liliane do Paulamar me enviou uma TAG para o Dia Nacional do Livro

1 Qual gênero você se mantém longe?

Eu leio menos comédias, não chego a ficar longe, só leio menos.

2 Qual livro tem vergonha de não ter lido?

Tem muitos, mas destaco Casa Grande & Senzala do Gilberto Freyre

3 Qual pior hábito enquanto leitor?

Meu pior hábito é não conseguir largar um livro. Mesmo que não esteja gostando eu vou até o final. Raramente larguei.

4 Qual livro foi mais desafiador?

Foi A Montanha Mágica de Thomas Mann que comecei a ler aos 17 anos e na época não tinha maturidade para a leitura, larguei e voltei várias vezes até entender, ler, amar e estar entre meus livros preferidos.

5 Qual autor tem a leitura mais envolvente?

São muitos, mas vou destacar Umberto Eco que amo e li vários de seus livros.

6 O que diferencia um bom livro de um livro inesquecível?

Acho que é muito pessoal, em geral os que falam com profundidade aos meus sentimentos e a minha história como Um Lugar Bem Longe Daqui da Delia Owens.

7 O que mais incomoda numa leitura?

Quando o livro toca em temas sensíveis como Ensaio sobre a Cegueira do Saramago que tive que parar várias vezes pra respirar e só depois retornar.

8 Você lê a sinopse antes de ler o livro?

Não leio quase nada, uma vez li a orelha do livro que contou o final, então evito detalhes.

9 Qual o livro mais caro de sua biblioteca?

Devo ter alguns livros muito raros por estar esgotado, mas não faço ideia de quais sejam.

10 Você compra livros usados?  

Eu comprava mais, mas o sebo aqui perto fechou e não passo mais em um sebo no centro. Como a Festa da USP uma vez por ano dá 50% nos livros, e tem Black Friday na Amazon, eu passei a comprar livros novos nos últimos anos. Compro nessas duas datas uma vez por ano o que vou ler no ano todo. De vez em quando ganho também livros usados de amigas que circulam livros.

Eu adoraria que amigos blogueiros participassem. Entendo se declinarem o convite. Sugiro Pandora e Geocrusoé.

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 28 de outubro de 2025

Uma Mulher Sem Filtro

Assisti Uma Mulher Sem Filtro (2025) de Arthur Fontes na Netflix. Eu queria muito ver esse filme. Adoro a Fabíula Nascimento e me interessei pela temática mesmo não gostando de comédias. Gostei bastante! O roteiro é baseado no filme Sem Filtro do chileno Nicolás López, adaptado por Tati Bernardi. Fiquei com vontade de ver o chileno para identificar as diferenças culturais.


 

Fabíula é uma dessas mulheres que não sabe dizer não, como tantas por aí. Ela é uma jornalista respeitada, mas seu chefe nunca deu aumento em 10 anos e pior, contrata uma influencer para ser a supervisora dela, da ótima Camila Queiroz.

A supervisora pede que Bia vá entrevistar a Deusa Xana, da excelente Polly Marinho que só massageia a jornalista e fala que ela precisa se soltar, que está com toda a raiva represada. Funciona bem esse recurso na comédia já que uma terapia é eficaz, mas leva mais tempo.

E claro, Bia sai sem filtro. Sim, ela passa do ponto algumas vezes, mas finalmente se coloca e como é filme, boa parte das vezes ela consegue o entendimento do outro depois do não. Ela consegue finalmente mandar o marido pra fora de casa, do ótimo Emílio Dantas que também adoro. Os dois atores são casados e tem dois filhos lindos. No filme ele é um encostado. Se diz artista bloqueado e com isso não faz nada, não trabalha, não é um adulto funcional e pior, o filho adolescente vive no apartamento e é igual, só suja, faz o que quer. Os dois são postos pra fora. Samuel de Assis é o colega de trabalho da Bia. Júlia Rabello a irmã. Luana Martau a vizinha folgada. Ainda no elenco estão Louise D´Tuani e Caito Manier.
Depois de passar do ponto algumas vezes, ela volta pra pedir desculpas, mas se posicionando. Que bom que o filme é diferente da vida real. Em geral assim que alguém se posiciona, as relações costumam não ter volta, porque o que gosta da obediência do outro, vai procurar alguém pra ocupar aquele lugar. E que bom que esse filme existe em tempos de retrocesso, em que muitas mulheres vem dando curso de obediência para outras mulheres.


Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Lobos

Assisti Lobos (2024) de Jon Watts na AppleTV+. Não curto muito esse gênero, ação e comédia, mas por ser com George Clooney e Brad Pitt resolvi ver. É mais ou menos, mais pra menos. Dá pra ver.

Os personagens são muito, mas muito chatos. Uma mulher se vê em uma enrascada em um quarto de hotel de luxo. Um jovem, Austin Abrams, cai em cima de uma mesa de vidro e morre. Ela lembra de um contato de um homem, George Clooney, que resolve essas questões. O hotel vê pela câmera e também chama um resolve isso, Brad Pitt. Os dois são um espelho do outro, mas se odeiam já que os dois trabalham sozinhos e da mesma forma. Começa uma briga chatíssima de egos. Fiquei pensando se os atores também se digladiavam no ego.
O garoto não estava morto e eles continuam precisando resolver o problema. Passam a noite fugindo com o garoto, é bem chato. Mais um filme que a cidade dorme, não tem ninguém nas ruas, exceto uns carros. Surreal! O final melhora. Achei legal que quando termina as câmeras de segurança do hotel mostram o que realmente aconteceu entre a mulher e o jovem.

Beijos,
Pedrita

sábado, 25 de outubro de 2025

Jeca - Um Povo Ainda Há de Vingar

Fui a estreia de Jeca - Um Povo Ainda há de Vingar do Grupo 59 de Teatro no Teatro Anchieta no Sesc Consolação. Como queria ver esse peça, só se falava nisso na semana. A direção é do renomado Kleber Montanheiro. A estreia estava badaladíssima e o teatro lotado.

Onde eu "ia" nas redes socias, lá estava essa foto maravilhosa!!! Que grupo potente! Que espetáculo intenso! Inspirado livremente no disco Refazenda de 1975 de Gilberto Gil, o musical conta a história de Jeca, que vai e vem no tempo para pensar sobre sua vida, origens, futuro. No elenco estão Carolina Faria, Felipe Gomes Moreira, Fernando Vicente, Gabriel Bodstein, Gabriela Cerqueira, Jane Fernandes, Mirian Blanco, Nilcéia Vicente, Nathália Ernesto, Thomas Huszar. Lindíssimos figurinos também do diretor.
Foto de Gustavo Mendes

Tem uma banda no palco com ótimos músicos Bruno Menegatti, Dicinho Areias, Lua Bernardo, Bruna Duarte, Juliano Veríssimo. Adoro peças com músicos ao vivo. Os números musicais são lindos demais! Adorei que no programa relacionaram quais eram as músicas do espetáculo. 
Gostei que as chamadas para começar a peça eram feitas ao berrante.

 
Jeca - Um Povo Há de Vingar fica em cartaz até 23 de novembro.


Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

História de um Crime: O Cabeleireiro das Estrelas

Assisti História de um Crime: O Cabeleireiro das Estrelas (2023) de Jacques Toulemonde Vidal na Netflix. Foi uma grata surpresa. É um bom filme de suspense. É inspirado em um caso real, mas tanto no início quando ao final vem escritos dizendo que é ficção, livremente inspirado no fato. Depois fui até ler sobre o crime, e o desfecho foi parecido.

Gostei demais da atriz que faz a investigadora, Juana del Rio.

Começa com o irmão, Johan Velandia, no carro recebendo um telefonema do cabeleireiro. Quando ele chega em casa, o irmão, Alejandro Gómez e a mãe, Myriam de Lourdes, estão mortos na cama e tem um bilhete suicida. A polícia vem, logo suspeita de assassinato e a perícia confirma. 

A bela investigadora tem só 20 dias pra decifrar o caso. Como o cabeleireiro era de famosas e famoso também, o caso tem muita repercussão. Eu achei o filme bem redondinho. Gostei das escolhas, do tempo, das interrogações. Prende a atenção, é inteligente e bem realizado. A investigadora suspeita do irmão. O cabeleireiro enriqueceu a família toda e era muito talentoso. Todos ficavam em sua sombra. Mas ela não tem prova nenhuma. Com os indícios, pressionam o irmão que confessa o crime, mas ele nega depois, diz que foi coagido, o que pode ter acontecido. Sem provas, o caso fica anos na justiça sem solução. Gostei também que mantiveram o desfecho real.
Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Se Algo Acontecer... Te Amo

Assisti Se Algo Acontecer... Te Amo (2020) de Michael Govier e Will McCormack na Netflix. Tinha tempo que queria ver, mas sabia que era triste, estava sem coragem. O curta ganhou Oscar de Melhor Curta Metragem de Animação.

É bem curtinho, 11 minutos, mas é muito inteligente e bem editado. O casal come sem se falar. É quase tudo preto e branco, só surge alguma cor quando é relacionado a menina. Demoramos pra descobrir o que aconteceu que é de cortar o coração. Aparece mesmo só no final o que abalou os dois, muito triste.
Beijos,
Pedrita