domingo, 21 de setembro de 2025

Grandes Cenas

Assisti Grandes Cenas da Casa de Cinema de Porto Alegre no Canal Curta! Descobri por um acaso esse programa que é apresentado pelo Matheus Nachtergaele. Curtinho, fala de uma grande cena de grandes filmes. Na internet descobri que está na terceira temporada. Vi episódios da primeira e da segunda. Após achar o primeiro zapeando, o que faço cada vez menos, usei aquele recurso de pedir para o sistema gravar todos, então eles vem aparecendo nas gravações.

O primeiro que vi foi Central do Brasil. O programa escolhe uma grande cena, integrantes do filme falam sobre a construção da cena. Essa da procissão é muito impactante mesmo. Fernanda Montenegro e Vinícius de Oliveira atravessam uma procissão. A cena termina nas salas de ex-votos, onde a personagem desmaia e termina no colo da criança. Depois de contarem sobre a cena, mostrarem trechos, o episódio termina com a cena integral. Como amei esse formato. Quero ver se consigo ver outros. Só não vi dos filmes que ainda não assisti.
Acabei vendo Grandes Cenas dos filmes da minha vida. Em Como Nascem os Anjos falaram da cena que a personagem de Priscila Assum pede, apontando uma arma, pra moça mostrar os seios . Ela ainda uma menina queria ver os seios de uma linda mulher.

Outro filme da minha vida é A Ostra e o Vento. O diretor Walter Lima Jr. contou como foi realizada a cena do vento levando o lençol, Leandra Leal com apenas 13 anos correndo atrás, até a cena final quando o lençol cai nela na praia e ela menstrua sem ter ideia do que acontecia, já que vivia na ilha só com o pai. O diretor contou também sobre a seleção da atriz, como estava difícil encontrar uma jovem para o papel e que Leandra surgiu e ele percebeu que ela já estava pronta.


Mais um filme entre meus grandes filmes, Bicho de Sete Cabeças que foi um divisor de águas na minha vida, quando passei a ser da luta anti manicomial. Laís Bodanky fala da cena que o interno de Rodrigo Santoro vê uma oportunidade de fugir do manicômio, mas muito dopado por remédios, consegue ser capturado. É uma cena doída demais.

O último que vi foi Todas as Mulheres do Mundo. E foi uma aula de cinema, todos são, mas esse falou de como era, quando raramente se podia editar, os rolos de filme eram caríssimos. Após um dia exaustivo de gravação, eles não conseguiam finalizar a cena. Até que Paulo José colocou uma música na vitrola, Leila Diniz começou a dançar, eles filmaram, é uma bela e saudosa cena, com tanta naturalidade e beleza.
Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Veja Como Eles Correm

Assisti Veja Como Eles Correm (2022) de Tom George na Disney+. Essa semana a Disney+ avisou que estava em degustação na Claro, no canal 250. As tvs a cabo estão querendo segurar seus clientes e proporcionando bons streamings. Achei que seria por uma semana e levei um susto que é até o fim do ano. É com comerciais que é um pouco incômodo nesse streaming, mas dá pra ver. Eu descobri esse filme no instagram que sugeria vários filmes no estilo da Agatha Christie. A maioria já tinha visto porque adoro.


É mais um daqueles que perdemos o fôlego cada vez que mais um grande ator aparece em cena. A peça A Ratoeira de Agatha Christie comemora 100 apresentações. Pelo sucesso, querem transformar em filme e Adrien Brody será o diretor. Após o espetáculo tem festa. Ele é um boçal e morre. Muito divertido a peça dentro do filme que vai virar filme. O tempo todo fazem piadas com esse tipo de filme, como é construído, sobre o estilo da autora.

Sam Rockwell é o detetive preguiçoso, Saoirse Roonan a detetive novata ligada na tomada. É a primeira vez que eles trabalham juntos e ele não tem paciência com a agilidade dela. É engraçado que sempre que aparece um suspeito ela já quer prendê-lo, é toda afoita. Adoro esses atores. Estavam ótimos em dupla.

David Oyelowo será o roteirista do filme. Ele e o diretor não se entendem, vivem brigando.

O assassino se passa por Agatha Christie e envia um convite pra todos irem jantar na casa dela e sim, Agatha Christie aparece, muito divertido. Ruth Wilson também está no elenco e é a produtora da peça.

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

O Crime do Cais do Valongo de Eliana Alves Cruz

Terminei de ler O Crime do Cais do Valongo (2018) de Eliana Alves Cruz da Malê. Eu tinha lido muitos elogios dessa obra e fui comprar na Festa do Livro da USP. Lá eu vi Água de Barrela que amei a capa e acabei lendo primeiro. Estou fã dessa autora, já vou procurar outra obra dela na próxima festa do livro. Amei esse livro, mas Água de Barrela ainda é o meu preferido. Adoro as capas dos livros de Eliana Alves Cruz.

O marcador de livros é de Inhotim, presente de uma amiga. 

O livro começa com o assassinato de um importante comerciante do Cais do Valongo, Bernardo Lourenço Viana. Esse comerciante era um novo rico que enriqueceu principalmente do comércio de homens escravizados. O Cais do Valongo separava o Rio de Janeiro da região do comércio de escravizados. Era uma região imunda, que todos queriam escondida da cidade. O Cais do Valongo virou Patrimônio Histórico em 2021, fica próximo ao porto e era a principal porta de entrada dos escravizados no Brasil. Sempre mal preservado, é um importante local histórico brasileiro. A autora realizou uma extensa pesquisa sobre a região e sobre o período do livro. A cada capítulo há matérias dos jornais da época, principalmente da Gazeta do Rio de Janeiro. O Crime do Cais do Valongo é um livro ficcional que utiliza a história como pano de fundo. A autora pesquisou a história do Cais do Valongo, mas também de Moçambique. Amo obras com essas características.
Obra Natureza Morta (1884) de Estevão Silva

Para contar a história do Bernardo, a autora cria personagens no entorno do comerciante. A escravizada Muana Lomuê que escondia que sabia ler por ser perigoso na sua condição. Ela é praticamente a narradora do livro. E Nuno Alcântara Moutinho, liberto, que sonhava em inaugurar um bar com música e dança na região. Ele acaba pedindo dinheiro a Bernardo, que também fazia o papel de agiota, e passa a sofrer ameaças violentas de seus capangas, quando não consegue pagar.
Obra Aguadeiro de Firmino Monteiro

Bernardo pede que um inglês ensine o idioma para Muana. Ele diz escrever um livro e pede que ela conte sua história. Muana conta como vivia no continente africano com sua família até quando é sequestrada e enfiada no navio negreiro. Assim que chega no Cais do Valongo ela é comprada por Bernardo. A história ficcional de Muana é cheia de fatos mágicos, é linda demais, me emocionei demais! Uma bela história ceifada pelo comércio de escravizados.


Beijos,
Pedrita

terça-feira, 16 de setembro de 2025

O Caixão de Vidro

Assisti O Caixão de Vidro (2025) de Vathanyu Ingkawiwat na Netflix. Porque sábado é dia de fantasminhas. Nunca tinha ouvido falar desse filme, é bem tosco, na verdade, muito, mas muito tosco, foi divertido!

As duas mulheres são lindas Woranut BhiromBhakdi e Arachaporn Pokinpakorn. Elas passam o filme lutando pelo feioso e oportunista Thanavate Siriwattanagul. Ele é um pintor fajuta que se apaixona pela ricaça. Casa com ela e tem uma vida de rei. Ela é dona de uma empresa e ele começa a ter caso com a novinha da empresa da esposa, já que não faz nada, vamos se divertir com a novinha enquanto a esposa trabalha. A esposa acaba morrendo, no testamento ele e a namorada precisam aguentar 100 dias em uma casa isolada com o caixão para ter direito a herança. Ele enrola a novinha que só sabe do acordo quando começa a ter alucinações com a fantasminha. Dá nos nervos ela chamando o amado, Cheevvvvvv.

O mais divertido é que a fantasminha é muito, mas muito machista. Ela inferniza a vida da novinha, sendo que o cara não vale um tostão por tanta luta. Ele só quer a herança, usou a rica pra casar e usa a novinha pro testamento valer, mas é a novinha que paga todo o inferno da fantasminha. No além também tem machistas. 

Em vez das duas lutarem contra o feioso oportunista, elas passam o filme lutando por ele. A novinha morava em um ap simples, mas bacaninha, ia que ter que procurar outro emprego, mas tinha um trabalho, se dava bem com a família, não entendo porque caiu na conversa desse oportunista sem profissão. As telas eram medíocres e ele na verdade só queria mesmo viver sem fazer nada do dinheiro dos outros.
Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

JJ Jun Li Bui - Festival Chopin

Assisti ao concerto de JJ Jun Li Bui no Festival Chopin na Estação Motiva Cultural. Esse pianista canadense ganhou 6º lugar no Festival Chopin de Varsóvia quando tinha apenas 17 anos. Eu tinha gostado muito quando ele veio nesse festival há uns anos e eu e o público ficamos impressionados mais ainda com ele dessa vez, que interpretação. O teatro estava lotado!

O estilo delicado e preciso do pianista, uniu-se a uma sofisticação impactante. E que repertório! Li Bui começou com Bach, seguiu para Schubert e Beethoven e após o intervalo nos estarreceu com os 24 Prelúdios de Chopin. Ovacionado, acabou voltando e nos surpreendemos com A Valsa de Ravel de 15 minutos. Em geral o bis não é mais do que 2 minutos, mas Li Bui foi muito, mas muito mais além, que obra e que interpretação. Os comentários ao final emocionavam mais ainda.

Programa

J.S. Bach (1685/1759)

Cantata BWV 147 Jesus alegria dos homens -Transcrição Hess para piano. 4’

F. Schubert: (1797/1828)

Impromptu Op. 90, No. 4 em Lá bemol maior. 8’

L Van Beethoven – (1770/1827)

Variações Heroica em Mi bemol maior, op 35.  23’

F. Chopin – (1810/1849)

24 Prelúdios Opus 28.  40m’

No. 1: Dó maior

No. 2: Lá menor

No. 3: Sol maior

No. 4: Mi menor

No. 5: Ré maior

No. 6: Si menor

No. 7: Lá maior

No. 8: Fá sustenido menor

No. 9: Mi maior

No. 10: Dó sustenido menor

No. 11: Si maior 

No. 12: Sol sustenido menor

No. 13: Fá sustenido maior

No. 14: Mi bemol menor

No. 15: Ré bemol maior (“Raindrop”)

No. 16: Si bemol menor

No.17: Lá bemol maior

No.18: Fá menor

No. 19: Mi bemol maior

No. 20: Dó menor

 No.21: Si bemol maior

No. 22: Sol menor

No. 23: Fá maior

No. 24: Ré menor

Foto de Isadora Vitti
Já estou começando a entrar em crise de abstinência, faltam só mais dois concertos do Festival Chopin Ingrid Uemura, piano e Rafael Cesário ao violoncelo, dia 20 de setembro e Kate Liu, no dia 27 de setembro, ambos na Estação Motiva Cultural. Ainda tem alguns ingressos.

Beijos,
Pedrita

domingo, 14 de setembro de 2025

Dept. Q - 1ª Temporada

Assisti a 1ª Temporada de Dept. Q (2025) de Scott Frank e Chandhi Lakhani na Netflix. Alguém no instagram disse que é a melhor série do ano, resolvi ver e que surpresa, é incrível mesmo! Principalmente pela complexidade dos personagens.
 

O protagonista vai com sua equipe ver uma pessoa morta esfaqueada. Alguém atira em todos. Um policial morre, outro fica cadeirante e o protagonista sobrevive. Matthew Goode arrasa. Ele resolve voltar logo a trabalhar, mas ainda está meio catatônico. Ele é obrigado a fazer terapia, Kelly Macdonald.

A chefe pela ótima Kate Dickie recebe uma proposta de dinheiro para a polícia para a criação de um departamento. Surge o Dept Q do protagonista. Ela fica com o dinheiro e envia o policial para o porão, onde é um banheiro, com vasos sanitários, chuveiros, muito lixo e pede que ele escolha um caso. Ele pede pra ela contratar a equipe. Ela escolhe um sírio, Alexej Manvelov, que vive pedindo emprego, não sabemos direito o que ele fez na síria. O protagonista grosseiro, manda ele limpar o lugar e ler as inúmeras caixas pra escolher um caso. 
Ele escolhe o caso arquivado de uma advogada desaparecida por quatro anos, Chloe Pirrie está incrível, não existe um único personagem que não esteja bem. A trama dela acompanhamos em paralelo desde o começo. Ela é muito parecida com o protagonista, calada, durona, mas vamos vendo gestos generosos que falam muito mais que as ações. Ela é temida como o protagonista e acaba de perder um caso. Ela cuida do irmão deficiente, mas como trabalha muito, ele tem uma cuidadora. Ele é Tom Bulpett. O protagonista não quer esse caso, mas quando a chefe vem cobrar o sírio ele fala que o policial escolheu aquele caso. Aos poucos ele descobre que o sírio tinha razão, tem muitas pontas soltas para o arquivamento.
Surge o terceiro elemento da equipe, Leah Byrne está ótima. Ela tem traumas, toma muitos remédios, por isso ela não sai do trabalho administrativo. Ela implora ao protagonista trabalhar com ele porque gosta de ir a campo. 

Aos poucos vamos percebendo que Carl não é tão vilão quanto parece. Sim, tem sempre uma resposta ácida na ponta da língua, é durão, mas os gestos falam outra coisa. O parceiro cadeirante, James Sives, está desmotivado, não ajuda na fisioterapia e Carl o visita regularmente. Carl então leva o caso pra ele, que pede um computador, e ele integra o quarto elemento. Outra surpresa é o filho adolescente que ele não tem boa relação. Nós vamos descobrir que é enteado, que quando Carl se separou, a mãe viajava muito, então ele ficou cuidando do enteado. E ainda divide a casa com um amigo. As conversas dos dois são ótimas porque eles são muito diferentes.
A trama policial é o de menos porque é o mais previsível da série. O mais interessante são os personagens. A sequestrada é muito parecida com Carl, durona, fechada, muito competente, ela vai criando desafetos por onde passa. Uma parte do mistério eu desvendei, o outro foi surpresa sem exageros.
A série acabou de ser confirmada em continuação. Fiquei feliz!
 
Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Seis Minutos para a Meia Noite

Assisti Seis Minutos para Meia Noite (2020) de Andy Goddard no Telecine Premium. Eu não tenho mais esses canais, acho que um erro deles liberou. Até achei que poderia ser uns dias abertos, mas acho que era instabilidade mesmo. Resolvi assistir direto, tenho a mania de ver filmes picadinhos, com receio de sair do ar. Esse filme é bem sofrível!
 

Eddie Izzard é o novo professor da escola para moças. Canastrão que só, ele é na verdade um espião. O filme é praticamente ele correndo, se é que aquilo é correr, sem muita habilidade, em várias fugas mal feitas. De espião ele não tem nada, porque é muito incompetente. O ator participa do roteiro, talvez por isso só ele apareça.
O filme fala de uma escola na Inglaterra que só tinham moças alemãs, na época da Segunda Guerra. Confesso que achei engraçado o filme tentando proteger as jovens, Até o espião tenta salvar as meninas. Elas eram filhas de grandes líderes alemães, aqueles que enviaram milhares de crianças para os campos de concentração e câmeras de gás. O filme meio que tenta aliviar pra essas moças, mas o fato é que elas eram filhas de nazistas e seus privilégios. E o espião não ia ligar a mínima pra elas. Judi Dench é a governanta das meninas, mais alienada impossível.
Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Andrzej Wierciński no Festival Chopin

Assisti ao concerto do Andrzej Wierciński no Festival Chopin na Estação Motiva Cultural. Foi uma belíssima apresentação do pianista polonês. 


 

Wierciński escolheu só tocar Chopin e obras maravilhosas! Que interpretação!

Programa 

Polonaise Fantasia em Lá bemol maior, Opus 61 no 2

Noturno em Mi bemol maior, Opus 55
Prelúdios Opus 28, nos 13 a 28

Balada em Fá menor, Opus 52 no 4
3 Mazurkas, Opus 59
Sonata em Si menor, no 3 Op. 58. Allegro majestoso
Scherzo molto vivace Largo
Finale: Presto ma non tanto — Agitato

Gostei demais de conhecer a Estação Motiva Cultural. Fica ao lado da Sala São Paulo, a entrada e o estacionamento caríssimo é o mesmo. O espaço é ótimo para música de câmara. Sou uma privilegiada em viver em uma cidade repleta de espaços culturais.
Beijos,
Pedrita