Terminei de ler Canteiros de Saturno (1991) de Ana Maria Machado da Alfaguara. Eu comprei esse livro na Festa da USP virtual na pandemia. A capa é maravilhosa, mas eu lembrei de uma entrevista com a Margareth Atwood que não aceita que coloquem em livros escritos por mulheres flores, esse ainda tem esse rosa. A capa não tem nada a ver com o livro. Eu conhecia a autora dos seus livros infantis, foi maravilhoso desvendar sua literatura.
O marcador de livros é com a obra O Beijo de Gustav Klint.
O quadro é de origami.
Obra Casa com Bossa de Beatriz Milhazes
Eu amei a obra! São várias histórias que se cruzam ou não. Muitos e muitos personagens ambientados no difícil período da história brasileira da morte do Tancredo, do Plano Cruzado. Com várias idades, todos repensam suas vidas. Casais separados, mas nem tanto, casados confortáveis mas já distantes e sem diálogo. Paixões, traições, filhos, netos, mas principalmente profissões.
Obra Campos Vermelhos Amarelo de Aldir Mendez de Souza
As conversas são incríveis, que capacidade de criar narrativas. As profissões são muitas, mas tem ator que abandonou a TV porque não aguentava a invasão da privacidade, artista plástico, arquiteto. Enfim, eles falam muito de suas carreiras, mudanças, viagensm doutorado. Tive uma grande identificação pelos personagens e seus diálogos. Delicioso acompanhar uma obra com conversas profundas, ricas.
Obra (2017) de Claudio Tozzi
Duas amigas se conhecem em uma livraria porque queriam o mesmo livro e a última edição. A conversa parte então para a arte. Uma está empacada com um biombo que não consegue finalizar. São muitas histórias e personagens. Riquíssima a conversa de dois personagens sobre a paixão da funcionária por cartões industrializados, repleto de detalhes e informação visual em detrimento de enviar uma carta autoral. São muitas conversas incríveis. Que livro.
Assisti The Leisure Class (2015) de Jason Man no Max. Por que eu fui até o final do filme? Porque queria ver onde ia chegar. Chegou em algum lugar? Não, perdi completamente meu tempo. É um filme de humor negro que não curto muito, comédia de mal gosto e totalmente sem sutilezas. Que filme chato e ruim. E acho que é ruim mesmo, não só porque não gosto do gênero porque está muito mal classificado no IMDB.
Um homem tenta dar um golpe em uma família. Ele finge que não tem ninguém no mundo e fica noivo. A pretendente e o pai são políticos, péssimos políticos. Enriqueceram explorando os outros. Ninguém presta no filme. Eles são Ed Weeks, Bridge Regan e Bruce Davison.
Um irmão imbecil aparece e o noivo tem que fingir que é um amigo porque mentiu que não tinha ninguém. Tom Bell deve ser algum péssimo comediante americano, daqueles que não fazem graça alguma. Bem de mal gosto americano.
Li 14 livros esse ano. Mais que a média já que li alguns infanto-juvenis. Foi um ano que amei todos os livros que li, foi difícil escolher os melhores.
Na música destaco todos os pianistas, Alexander Gadjiev,
Tony Yang, Piotr Alexewicz, Sophia Liu e Jakub Kuszliki, do Festival Chopin, que foram inacreditáveis.
Assisti It Lives Inside (2023) de Bishal Dutta no TelecinePlay. Não chega a ser o melhor do gênero, mas tem umas questões interessantes.
Uma jovem indiana está bem adaptada na escola no estrangeiro. Sua mãe inclusive está incomodada com o afastamento da filha nas tradições de seu país. A amiga dela também está estranha, vive com um vidro. A respiração ofegante é irritante. O filme quis dar a tensão do medo na respiração que fica exagerada e cansativa. O filme todo aquela respiração. Mega Suri está muito bem. Todos do elenco são muito bonitos.
Não precisa ser muito brilhante pra entender que ela vai precisar se aproximar da mãe e das tradições para vencer o demônio. A protagonista demora tempo demais pra entender isso. A mãe é Neeru Bajwa, a amiga Mohana Krishnam e a professora, Betty Gabriel.
Assisti Cube (2021) de Yasuhiko Shimizu no Max. Esse filme é inspirado no de 1997 que tem roteiro de Vincenzo Natali. Esse ainda conta com Koji Tokuo no roteiro. Que filme! Não lembro se vi o de 97. Fala de tantas questões que fiquei tonta. Sim, é assustador, muito parecido com a maioria dos Escapes Rooms que aparecem. A fotografia é excelente!
Um grupo aparece dentro de um quadrado. De vez em quando outro aparece por uma porta. Um já está há um tempo e já criou uma forma de se proteger das armadilhas dos outros quartos. Com o tempo eles vão descobrindo outras lógicas. Há números e passam a fazer contas. E há uma criança. A questão é que o filme fala muito da violência japonesa com as crianças. Pais que espancam pra exigir altos desempenhos. O Japão é muito violento com crianças e jovens na exigência de nota 10. Nenhuma outra serve. Tanto que é altíssimo o índice de suicídio entre jovens que não suportam a pressão.
Também mostram o quanto são competitivos e pouco colaborativos. É uma cultura muito cruel por uma exigência desumana e falta de afeto familiar. Não há acolhimento, só violência. O elenco é incrívelMasaki Suda , Anne Watanabe, Tokio Emoto, Masaki Okada , Hikaru Tashiro, Takumi Saito e Kōtarō Yoshida. O final é bastante surpreendente. Já imaginamos várias questões, mas tem uma que foi um choque. Que filme!
Assisti a Terceira Temporada de Miss Scarlet & The Duke (2022) de Rachel New no Film&Arts. Como disse, esse canal tem um ótimo acervo rotatório. Então a primeira temporada não tem mais. Agora só a segunda e a terceira. Tudo o que aparece deve ficar por pouco tempo e é preciso aproveitar. Eu amo essa série e as temporadas estão aqui.
Eu adoro essa dupla, mas no terceiro episódio Duke não aparece, mas funcionou muito bem. Scarlet está em um hotel atrás de um criminoso difícil de ser encontrado, ele sabe muito bem fingir ser outras pessoas. Kate Phillips é sempre maravilhosa. Lá ela encontra o outro detetive também atrás do mesmo criminoso, mas ele prendeu outro achando que era ele. Qual dos dois seriam ele? Ou nenhum? As tramas são sempre muito bem engendradas. No quarto episódio Duke novamente não aparece, e um policial que eu detesto assume o posto. Esse episódio ficou bem ruim. Fui pesquisar então porque Stuart Martin não aparecia. Aí descobri que na quinta ele não vai aparecer mais porque tem outros compromissos. Fiquei arrasada! Não achei explicação porque ele some tanto nessa temporada, mas devem ser motivos parecidos. Deve ser difícil ficar vinculado a uma série em tantas temporadas, anos seguidos, nem todo ator quer. Uma pena, porque Scarlet sem Duke não tem muita graça. Esse detetive de Felix Scott parece que também vai desaparecer. Scarlet passa a cuidar da filial do escritório dele que vai abrir um em Paris.
Essa temporada tem 6 episódios, como disse, só não gostei de um. O último é o melhor deles. Todos recebem de presente uma bomba desarmada. Todos são afastados e impedidos de investigar, inclusive Duke. Eles passam então a investigar escondidos. Amo esse quarteto. Que bom que Moses de Ansu Kabia ninguem fala que vai ser afastado. Amo esse personagem.
Assisti Twisters (2024) de Lee Isaac Chung no Max. Eu tinha curiosidade sem muita empolgação, já que lembrava de ter gostado do primeiro que vi há muito tempo. Então não sei se eu gostaria do anterior agora. Mas lembro vagamente que não tinha essa pegada adolescente, quase infantil desse, ou fui eu que mudei. As críticas são bem empolgantes, mas eu achei o filme bem sofrível. Estou com preguiça de tentar ver o anterior.
Parece filme de super heróis que nunca gostei, então é provável que o anterior não seja tão infantil. É todo cheio de heróis e vilões. A jovem (Daisy Edgar-Jones) sempre quis ajudar as pessoas, ela mora em uma região de tornados, então tem a péssima ideia de envolver um monte de amigo em uma empreitada arriscada pra colocar substâncias no tornado e tentar neutralizá-lo. Só ela e um amigo (Anthony Ramos) sobrevivem. Traumatizada, vai morar em Nova York trabalhando como meteorologista. O filme o tempo todo tenta mostrar que aquele trabalho que ela exercia em escritório era algo menor que o trabalho de campo. Claro que o amigo vai resgatá-la para um trabalho "bem melhor". Eles conseguiram patrocínio para pesquisar tornados durante seus acontecimentos.
O local de saída para descobrir qual é o melhor tornado é um verdadeiro circo. Mas ela está com os mocinhos, os vilões são os caçadores de tornados, que começam bem imbecis, aí vão distorcendo a história pra a gente achar que eles é que são os mocinhos. Os babacas jogam fogos de artifício no tornado, fazem competições idiotas colocando todos em risco, inclusive em acidentes de trânsito. Mas o rapaz (Ben Powell) é bonitinho e ela começa a achar que entendeu errado. Bom, quando uma cidade foi dizimada, os rapazes foram sim vender camisetas aos desabrigados. Pra mostrar que são rapazes de bem, eles justificam que vendem camisetas pra levantar dinheiro pras refeições. Bom, mas eles estão vendendo pros desabrigados. O filme tem aquele péssimo costume de colocar os de fora, os cientistas como salvadores dos locais., como se eles fossem superiores.
Pra animar a moça ele leva ela em um rodeio porque é um programa bem legal. E pior, ela e o roteirista também acham legal espancar e abusar de animais. O "bonzinho" aposta no projeto adolescente da jovem, aquele que matou todo mundo. Ela também é muito boazinha. Ficou traumatizada porque perdeu o companheiro e os amigos, mas nunca atende o telefone para saber como a mãe (Maura Tierney) está. Ela diz pra mãe que não gosta de falar ao telefone. Parece uma menina de 13 anos. Ela estava morando em Nova York, a mãe na fazenda, vai ver que a mocinha só vai chorar pela mãe se perdê-la, aí vira mocinha de novo. Ah, e é na pegada Crepúsculo, o casal não dá um único beijo o filme todo. Pelo jeito o público alvo eram mesmo adolescentes. Segundo eles adolescentes não beijam.