domingo, 27 de outubro de 2024

Recital de Jakub Kuszlik

Assisti ao recital de Jakub Kuszlik no Festival Chopin na Sala São Paulo. Acabou! Agora só no ano que vem. Mas eu consegui ver novamente esse maravilhoso pianista! Como toca! Ele é impressionante! 
 

Kuszlik tocou só Chopin no programa e divinamente. Voltou para mais dois bis. Que concerto! O pianista polonês foi quarto lugar no Concurso Chopin em Varsóvia em 2021.

Programa

F. Chopin

3 Valsas,         op. 34

Nº 1 em lá bemol maior   

Nº 2 em lá menor       

Nº 3 em Fá maior      

Noturno em Ré bemol Maior Op. 27, nº 2     

Fantasia em Fá menor, Op. 49       

Mazurcas, op. 50

No.1 em 1 Sol maior   

Nº 2 em lá bemol maior         

Nº 3 em dó bemol menor

Polonaise em Fá sustenido menor, Op.44           

Scherzo nº 1 em dó sustenido menor, op. 39  

Beijos,
Pedrita

sábado, 26 de outubro de 2024

O Cinema das Mulheres

Assisti ao documentário O Cinema das Mulheres (2020) de Vanessa de Araújo Souza do CurtaOn no Brasiliana TV. Eu adoro filmes históricos. Esse fala um pouco da presença da mulher no cinema brasileiro. Fiquei surpresa quantas mulheres dirigiram, produziram filmes, antes mesmo do cinema ser falado. Quem conta boa parte dessas informações é a chefe de um arquivo, Alice Gonzaga. Ela é de uma geração de arquivistas. O documentário conta que as mulheres foram aparecendo nos bastidores desde o cinema mudo, que o Brasil tem um número expressivo de técnicas desde o início do cinema.

O documentário homenageou Ruth de Souza que assistiu a alguns filmes e falou de filmes onde mulheres foram protagonistas. Li uma matéria que as mulheres são minoria como protagonistas de filmes, a matéria falava inclusive de filmes de super heróis. Após a matéria eu passei a prestar a atenção em filmes que tem protagonistas mulheres. Eu vejo muitos filmes dirigidos por mulheres e filmes com mulheres protagonistas, talvez por ter maior identificação, então não consigo analisar com esse distanciamento. E talvez atualmente tenham mais profissionais em destaque na direção. 

O documentário mostrou trechos do filme Sinhá Moça, com Ruth de Souza assistindo. A atriz contou que concorreu ao Leão de Ouro, foi a primeira atriz brasileira a concorrer ao prêmio junto com Katharine Hepburn e Michelle Morgan.
O documentário termina com a retomada do cinema brasileiro marcado pelo filme Carlota Joaquina de Carla Camuratti que dá entrevista no filme.
No Brasiliana TV o documentário está com ótima qualidade de imagem. Diferente desse vídeo.
Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

A Mouthful of Air

Assisti A Mouthful of Air (2021) de Amy Koppelman no Telecine Play e Telecine Premium. Comecei a ver no Telecine Play, mas o filme simplesmente desapareceu. Precisei ir no Telecine Premium e achar na busca pra voltar pelo controle remoto. Eu vi aos poucos porque é um filme muito, mas muito difícil. Não aconselho. Tem que estar preparado. Não é fácil. Mas é urgente.

A protagonista não está bem. Ela é muito amada pelo marido (Finn Witrtock), apoiada pela mãe (Amy Irving), mas não está bem. Acabou de ter um bebê, mas não está lidando bem com a situação. Eu fiquei muito incomodada pela falta de apoio psicológico que ela não tem. Ela tem um médico (Paul Giamati), psiquiatra, não entendemos muito bem a função dele. Enfim, não dá muito pra saber, mas ela não faz tratamento psicológico com ninguém, nem o marido. Tem conversas dela com o médico e o marido que são constrangedoras. Os dois meio que dizendo o que e como ela tem que fazer. 
Me incomodou o tempo todo eles invalidarem os sentimentos dela e dizerem como ela teria que se sentir. Sim, o marido é carinhoso, mas o tempo todo invalida o que ela sente e diz como ela tem que se sentir, ou como vai se sentir. Quando o filme começa ela se recupera de uma tentativa de suicídio e mesmo assim não faz terapia. Ela precisaria muito de alguém com quem pudesse dizer tudo o que sentia, até mesmo os sentimentos ruins. O mesmo para o marido. Para que ele pudesse despejar a raiva que ele sente de tudo ter desandado. Ele não despeja nela, mas tenta o tempo todo forçar que ela dê continuidade aos sonhos dele ou aos sonhos do passado que mudou, não tem como por embaixo do tapete. Ele quer sair de um apartamento para uma grande casa perto da insuportável irmã dele. A cunhada acusa a jovem de ser culpada por ter tentado contra a própria vida. Culpa em um bar, publicamente. Humilhando a jovem e o marido só fica constrangido, não faz nada. O marido quer a casa para que o filho possa jogar basquete no quintal, mas o bebê nem fez um ano. Ele só quer realizar os seus sonhos e manipula a esposa pra conseguir. Como ela sente culpa pelo que fez, ela vai cedendo. Como ele mesmo diz, ela vai se acostumar. Eles querem o tempo todo definir os sentimentos que ela virá a ter.
Pra piorar eles resolvem ter mais um filho. Claro que dá ruim. O único que não a julga é o porteiro. A loja entrega o carrinho e a bolsa que ela largou em um surto, e ele só devolve. Ela fica em choque pelo desconforto e ele a faz sentir desconfortável. Sem julgar. A diretora é autora do livro que deu origem ao filme. Ao final relata que em 1992 não se falava em depressão pós-parto. Mas eu acho que essa família vivia mesmo fora da realidade, no ideal irreal de família perfeita. E muitos já se tratavam com psicólogos  antes mesmo da década de 90. Tudo muito triste. Eu achei muito egoístas todos que estavam à volta dela. Queriam esconder e viver como se nada tivesse acontecido. Amanda Seyfried está maravilhosa! Chorei muito! 
Beijos,
Pedrita

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Recital de Sophia Liu

Fui ao recital de Sophia Liu no Festival Chopin na Sala São Paulo. Sophia tinha completado 16 anos uma semana antes da apresentação. E como toca! Sophia vive no Canadá e estuda com Dang Thai Son que já esteve no festival e comentei aqui.

Sophia nasceu na China e aos 2 anos foi para o Canadá. Já ganhou inúmeros prêmios mesmo sendo tão jovem. Como o 1º prêmio no Concurso de Piano de Kobe, Japão; 1º prêmio no Concurso Internacional de Piano de Composições Chinesas em Hangzhou, China; 2º prêmio no Canada Music Competition; 1º prêmio na Universidade McGill, Canadá. Em 2022 ganhou o 1º prêmio na Categoria A no 18º Concurso Internacional de Piano de Ettlingen, na Alemanha. Em 2023 ganhou o 1º prêmio no Concurso Internacional Thomas & Evon Cooper nos EUA, bem como o 2º prêmio - Semifinalista Mais Jovem e Prêmio do Público na 1ª. edição do Concurso Internacional de Piano Arturo Benedetti Michelangeli, na Itália. 

Ela tocou lindamente Liszt e Chopin. Fiquei impressionada com sua técnica, leveza ou intensidade.

Programa  

F. Liszt (1811-1886)   

Mephisto Valsa No.1 em Lá maior, S. 514 –

Soneto 123 de Petrarca em Lá bemol maior, S. 161 No. 6

Reminiscências de Norma, S. 394  

F. Chopin (1810-1849)

Balada No.1 em Sol menor, Op. 23    

Noturno Nº 2 em Sol maior Op. 37      

04 Mazurcas, Op. 17   

Variações de “Là ci darem la mano” de  Mozart “Don Giovanni”, Opus

Sábado é a última apresentação do Festival Chopin 2024 com o polonês Jakub Kuszlik. O evento vai deixar saudade.
 
Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Tipos de Gentileza

Assisti Tipos de Gentileza (2024) de Yorgos Lanthimos no Star+ na Disney. Pelo diretor já imaginamos que não vai ter gentileza. É um filme extremamente violento. Colocaram como humor, mas eu fiquei desconcertada. Tive uma dificuldade enorme pra assistir. Não consigo indicar, mas mesmo que me dissessem que eu ia sofrer, eu veria, porque a genialidade desse diretor não se descarta. Então não sei como dizer ou não dizer para que vejam.

São três histórias desconfortáveis. A primeira é sobre relações abusivas de trabalho. O chefe pede absurdos para o funcionário. Ele faz tudo até que diz que não fará. O chefe faz todo o tipo de manipulação pra dizer que o funcionário não é dedicado, que não era isso que esperava, que se enganou sobre ele. Os pedidos são inacreditáveis, mas trazendo pra nossa realidade, sim, acontecem e muito. O elenco é incrível também. O elenco é o mesmo fazendo vários personagens. Williem Dafoe é o chefe, Jesse Plemons, o funcionário. Jesse é o protagonista de todos os episódios.

Todos são fortes, mas o segundo me revirei do avesso. O segundo fala do abuso nas relações afetivas. De maridos que manipulam e pedem o impossível de suas esposas. Ela está desaparecida, ele está arrasado. Ela aparece e ele acha que não é ela. Começa a pedir absurdos pra ela. Ela é a bela Emma Stone.
O terceiro fala de fanatismo e religião. Emma Stone e Jesse Plemons participam de uma seita pavorosa. Ela por isso abandonou a filha e o marido. Os dois tem missões horrorosas, mas a sociedade é um horror. O que o marido faz com ela é inacreditável. Os outros que aparecem são Hong Chau, Margaret Qualley, Joe Alwyn, Mamoudou Athie e Yorgos Stefanakos. Só depois que fui ver sobre o filme que vi que uma dança que tinha amado da Emma Stone é uma cena do filme. Curiosa pra saber se os movimentos são da direção ou de interpretação espontânea dela. Vou por o trecho aqui nos vídeos.
Beijos,
Pedrita

domingo, 20 de outubro de 2024

A Filha do Palhaço

Assisti A Filha do Palhaço (2022) de Pedro Diógenes na Maratona do Centenário do Cinema Cearense no Canal Brasil. Mais um filme recente que queria muito ver nessa mostra que também coloquei pra gravar. É muito lindo!

Uma filha adolescente vai passar um tempo com o pai. Eles tiveram pouca convivência. Ele vive do humor. Até consegue ter uma vida confortável em um apartamento de um quarto na Praia do Futuro. Engraçado porque ele é todo analógico. Ele tem vitrola, consegue uma tv daquelas grandes pra ela. Tem aparelho de DVD. Muito diferente do universo tecnológico que ela vive. É muito bonita a convivência dois dois, que vai se construindo, já que são dois estranhos. O filme fala muito sobre paternidade.

O personagem que o protagonista interpreta é uma homenagem a Paulo Diógenes que criava no palco a  Raimundinha.
Demick Lopes arrasa. Uma graça Lis Sutter. Fazem participações Jesuíta Barbosa, Ana Luiza Rios e Jupyra Carvalho. A trilha sonora é toda de artistas independentes. Há só uma música mais famosa interpretada pela Joana. Daqueles filmes que dá um quentinho no coração.

Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Pinturas de Germana Monte-Mór

Vi a exposição Pinturas de Germana Monte-Mór na Galeria Leme. Gostei demais do trabalho da artista. Já vinha olhando algumas postagens na internet, adoro cores, estava ansiosa pra ver. São fascinantes!

Gostei muito das diferentes texturas das cores. Há sempre uma sobreposição e embaixo outras técnicas. Muito bonito e interessante! Várias são a cara da minha casa.

Confesso que ao vivo são muito mais instigantes. As fotos, pelo menos as minhas, dão pouca noção das texturas, profundidades e beleza.

A mostra é gratuita e fica em cartaz até 1 de novembro.


Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Mais Pesado é o Céu

Assisti Mais Pesado é o Céu (2023) de Petrus Cariry na Maratona Centenário do Cinema Cearense no Canal Brasil. Eu queria muito ver esse filme desde que vi falando da estreia nos cinemas. Até ia me programar pra ver, mas estava na sessão mais tarde do cinema que pago meia, o único horário que não vou. Já é o segundo filme que quero ver e é só nesse horário. Fiquei eufórica quando vi que ia passar no Canal Brasil e coloquei pra gravar. Esse e outro. O canal tem criado essas mostras, com homenagens variadas, e colocado filmes muito, mas muito recentes, que acabam não entrando no streaming. Esse cartaz é belíssimo e é um momento muito emblemático do filme.
 

Eu comecei a ver esse cartaz. 

Os dois protagonistas estão maravilhosos, Ana Luiza Rios e Matheus NachtergaeleOs dois personagens começam a se deslocar em separado, pedindo carona. Os dois querem ir no açude que cobriu a cidade da infância deles. E eles se encontram exatamente no açude. Ela chega primeiro, ouve um bebê chorando que está em um barco. Ele chega com ela com o bebê no colo que começa a chorar. Ele fala que o bebê está com fome e ela terá que dar de mamar. Ela diz que o leite secou pouco depois do bebê nascer. Em nenhum momento do filme ela diz que o filho não é dela. Ele leva ela então a casa de um amigo. Depois de muito andar não acham, tudo está diferente. Voltam a estrada, só lá há algum comércio precário. Bonito no filme só o céu. O resto é só degradação, miséria, exploração e muita, mas muita desolação.
Silvia Buarque está no elenco, ela que dá mamadeira ao bebê. A jovem ia tentar a vida em Fortaleza, o homem ia atrás de caranguejos no mangue. A mulher sugere que os dois fiquem por ali, que tem uma casa abandonada. Tudo na região é abandonado, todos partiram. 

Eles tentam ficar. Ela sai todo dia pra tentar trabalho, mas é tudo exploração. Só consegue alguns trocados com carros na estrada. Ele fica com o bebê. O filme é muito surpreendente. Mas gostei de falar desses fins de mundo no Brasil, onde não há perspectivas de vida digna, só dificuldade, maus tratos e tormento. É um filme muito, mas muito melancólico! E muito lindo! Me emocionei várias vezes. As pessoas não deviam ter que viver com tanta dificuldade.
Beijos,
Pedrita

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Candy

Assisti a série Candy (2022) de Nick Antosca e Robin Veith da Hulu, na Star+ na Disney
 

A história conta o caso de Candy Montgomery que matou com 41 machadas Betty Gore. As duas eram amigas, casadas e com filhos.
Betty era detestada por muitas pessoas. Excessivamente rígida, era professora de crianças e foi demitida por ser absurdamente punitiva com as crianças para que alcançassem a disciplina. Betty não tinha amigas, ninguém gostava dela. Candy era amada por tudo e por todos, inclusive pelos homens e maridos de suas amigas. Candy é daquelas pessoas que está sempre disponível pra ajudar, sorridente, amiga. Deu inclusive uma festa para o bebê de Betty que ia nascer, já que Betty não tinha amigas. Candy também teve um caso com o marido de Betty. Todos amavam Candy. Jessica Biel é Candy, Melanie Lynskey é Betty.
Candy contrata um excelente e inescrupoloso advogado que faz Candy admitir que matou Betty, mas em legítima defesa. 41 machadadas em legítima defesa. Que Betty que teria atacado primeiro Candy que só se defendeu. Candy tinha alguns pequenos machucados, quebrou algumas unhas, um pequeno corte na testa e outro no pé, mas tudo poderia ser porque se feriu golpeando a vítima e não porque foi atacada. Candy é inocentada pelo júri. Até seu marido e o exatamente ficam do lado dela defendendo-a. Mesmo depois de morta Betty continua sozinha. Eram só as duas na casa. Qualquer versão contada foi feita pela assassina. Não tinha como se saber o que de fato aconteceu. Inclusive a explicação que Candy tinha ido buscar o maiô da filha de Betty e que o assassinato aconteceu sem querer porque Betty descobriu a traição e a confrontou, é a versão de Candy. Candy jurou não ter premeditação no assassinato,  que teria ficado catatônica enquanto dava as machadadas, como se não estivesse lá. Mas após os golpes, Candy tomou banho na casa da Betty, foi pra casa, colocou as roupas pra lavar e foi para as atividades sociais e reuniões com outras mulheres. Só admitiu ter matado Betty quando acharam suas impressões digitais na geladeira. Candy e o advogado eram extremamente manipuladores e simpáticos.
Eu fiquei pensando no mundo de celebridades atual. O quanto ficamos ao lado de uma versão da história só porque gostamos da pessoa que está sendo acusada. Quando só duas pessoas estão no local, quando é a palavra de uma contra a outra, o quanto acabamos ficando do lado de quem temos mais simpatia. Nesse caso é pior ainda, porque não há a outra versão, já que Betty está morta. 

Candy ficou ainda casada por mais quatro anos. Ela mudou de nome e cidade e hoje trabalha como terapeuta familiar. Há outros filmes dessa história.

Beijos,
Pedrita