Marcador de Livros de Paris, presente de uma amiga.
Simone de Beauvoir e sua amiga Zaza (1928)
Eu acho fascinante como Simone de Beauvoir escreve em profusão. É uma capacidade envolvente de palavras atrás de palavras. Como escreveu! É impressionante! Até estranhei o nome do livro já que Beauvoir foi longe de ser uma mulher bem comportada e não no mal sentido. Sempre lutou contra as convenções. Me surpreendi que ela era de uma família muito rica e católica e fiquei pasma que Simone foi muito católica até a adolescência. Até que começou a discordar do deus do padre, mas quando saía às ruas, na natureza, se reencontrava com deus, até perdê-lo de vez. Nesse foto está com a sua inseparável Zaza. Ela comenta que dada a escassez financeira, ela e as irmãs se vestiam muito mal. Ela com o tempo passou a gostar de chocar a família com seu desalinho não só na vestimenta, como em cabelos e falta de higiene. Deu pra entender porque ela tinha tanta erudição. Seus pais liam muito, mesmo que a leitura fosse aceita pela religião católica, Simone leu muito. Seu pai era um sonhador, ele que a levou ao teatro. Mas ele vai perdendo dinheiro então a família cada vez vai para apartamentos menores. Seu pai então avisa que o fato dela e das irmãs não terem dotes, elas teriam que trabalhar. Aos 13, Simone achava terrível a ideia de casamento, então aceitou de bom grado se enfiar nos estudos. Estudou para o magistrado, filosofia, trabalhou em biblioteca. Conheceu Simone Weil, mas não se identificaram. Nos exames Weil ficou em primeiro lugar, Beauvoir em segundo. Desde muito pequena sempre escreveu, depois sempre escrevia livros que nunca publicava. Nessa obra inclusive não publicou nenhum. Seu primeiro livro, A Convidada, foi publicado somente em 1943. Tem muitos anos que li esse livro. Simone de Beauvoir nasceu em Paris em 1908 e mesmo as famílias sendo mais conservadoras nessa época, é perceptível que eram bem mais evoluídas que as mulheres brasileiras do mesmo período. Elas frequentavam bares, cafés, estudavam, eram estimuladas a estudar. Mesmo em casa debatiam literatura, vertentes. Analisavam intelectualmente os pretendentes.
Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre (1939)Sartre só aparece no final do livro. Ele e dois amigos se preparavam como ela para os concursos. O trio era fechado e não interagia com os outros. Mas um amigo passou a se aproximar de Simone. Ficaram muito amigos e depois de um tempo ela se aproximou de Sartre. O amigo não passou no concurso, teve que mudar de cidade e a relação de Beauvoir e Sartre se consolidou. O livro termina com eles muito amigos.